O folato é uma vitamina do complexo B que desempenha um papel importante na formação de glóbulos vermelhos e no funcionamento do sistema nervoso.
Ele é encontrado em alimentos como vegetais verdes, legumes, frutas e vísceras, mas também pode ser consumido em forma de suplemento ou em alimentos enriquecidos. No entanto, algumas pessoas podem ter deficiência de folato por diferentes motivos, o que pode causar anemia e outros problemas de saúde. Neste artigo, vamos explicar o que é a deficiência de folato, quais são as suas causas, sintomas, tratamento e prevenção.
O que é a deficiência de folato?
A deficiência de folato é uma condição que ocorre quando o organismo não tem quantidade suficiente de folato, uma vitamina do complexo B que ajuda na formação de glóbulos vermelhos e no funcionamento do sistema nervoso. O folato é essencial para a síntese de DNA, RNA e proteínas, bem como para a divisão celular e o desenvolvimento fetal. A deficiência de folato pode afetar qualquer tecido do corpo, mas especialmente aqueles que se renovam rapidamente, como o sangue e a mucosa intestinal.
Quais são as causas da deficiência de folato?
A deficiência de folato pode ter várias causas, que podem ser agrupadas em quatro categorias:
- Ingestão inadequada: ocorre quando a pessoa não consome alimentos suficientes ou variados que contenham folato, seja por desnutrição, alcoolismo, dietas restritivas ou cozimento prolongado dos alimentos. O álcool também interfere na absorção e no metabolismo do folato, aumentando a sua eliminação pela urina.
- Má absorção: ocorre quando há algum problema no intestino que impede a absorção adequada do folato, seja por doenças inflamatórias, cirurgias, uso de medicamentos ou alterações genéticas. Alguns exemplos são a doença celíaca, a doença de Crohn, a gastrectomia, o uso de antiácidos ou antibióticos ou a mutação no gene MTHFR.
- Aumento da demanda: ocorre quando há uma situação que exige mais folato do que o normal, seja por crescimento, gravidez, lactação, hemólise ou câncer. A gravidez e a lactação são as principais causas de aumento da demanda de folato, pois o feto e o leite materno requerem grandes quantidades da vitamina para o seu desenvolvimento. A hemólise é a destruição dos glóbulos vermelhos, que pode ocorrer por doenças como malária ou anemia falciforme. O câncer é um processo de proliferação celular descontrolada que também consome mais folato.
- Uso de medicamentos ou toxinas: ocorre quando há alguma substância que interfere no metabolismo ou na utilização do folato pelo organismo, seja por inibir a sua absorção, reduzir a sua ativação ou aumentar a sua excreção. Alguns exemplos são os anticonvulsivantes (como fenitoína ou carbamazepina), o metotrexato (usado para tratar artrite reumatoide ou câncer), a sulfassalazina (usada para tratar doenças inflamatórias intestinais), o trimetoprima (usado para tratar infecções urinárias) ou o álcool.
Quais são os sintomas da deficiência de folato?
A deficiência de folato pode causar diversos sintomas, dependendo da gravidade e da duração do problema. O principal sintoma é a anemia megaloblástica, uma doença do sangue que se caracteriza por glóbulos vermelhos grandes e imaturos. Esses glóbulos vermelhos não conseguem transportar oxigênio adequadamente e podem causar sintomas como fadiga, fraqueza, falta de ar, palpitações, tontura e palidez. A anemia megaloblástica causada pela deficiência de folato é indiferenciável daquela causada pela deficiência de vitamina B12, por isso é importante fazer exames para confirmar o diagnóstico e descartar outras causas.
Além da anemia, a deficiência de folato pode causar outros problemas de saúde, como:
- Glossite: é a inflamação da língua que causa dor, vermelhidão e dificuldade para engolir. A língua pode ficar lisa, brilhante e com fissuras ou úlceras.
- Estomatite angular: são feridas nos cantos da boca que podem sangrar ou infeccionar. Elas podem ser causadas por fungos ou bactérias que se aproveitam da baixa imunidade causada pela deficiência de folato.
- Dermatite esfoliativa: é uma descamação da pele que pode causar coceira e infecções secundárias. Ela pode afetar todo o corpo ou apenas algumas áreas, como as mãos, os pés ou o couro cabeludo.
- Defeitos do tubo neural no feto: são malformações congênitas do cérebro e da medula espinhal que podem causar problemas neurológicos graves ou até mesmo a morte. A deficiência de folato na mãe aumenta o risco desses defeitos e por isso é recomendado o uso de suplementos de ácido fólico antes e durante a gravidez. Os defeitos do tubo neural mais comuns são a anencefalia (ausência de cérebro), a espinha bífida (abertura na coluna vertebral) e a encefalocele (protrusão do cérebro pelo crânio).
Como é feito o diagnóstico da deficiência de folato?
O diagnóstico da deficiência de folato é feito por meio de exames de sangue que medem os níveis de folato no soro ou nos glóbulos vermelhos. O nível normal de folato no soro é de 3 a 17 nanogramas por mililitro (ng/mL) e o nível normal de folato nos glóbulos vermelhos é de 140 a 628 nanogramas por mililitro (ng/mL). Valores abaixo desses limites indicam deficiência de folato. No entanto, esses exames podem ser influenciados por fatores como ingestão recente de alimentos ou suplementos, uso de medicamentos, doenças hepáticas ou renais, gravidez ou lactação. Por isso, é importante avaliar também os sinais clínicos e outros exames laboratoriais, como hemograma, vitamina B12, homocisteína e metilmalonato.
Como é feito o tratamento da deficiência de folato?
O tratamento da deficiência de folato consiste na reposição da vitamina por via oral ou injetável, dependendo da gravidade e da causa do problema. A dose e a duração do tratamento variam conforme o caso, mas geralmente são suficientes para corrigir a anemia e os sintomas associados. Também é importante identificar e tratar a causa subjacente da deficiência e evitar o consumo excessivo de álcool ou medicamentos que afetam o folato.
O tratamento oral consiste na ingestão diária de comprimidos ou cápsulas de ácido fólico, que é a forma sintética do folato. A dose usual é de 400 a 800 microgramas (mcg) por dia para adultos e crianças maiores de 4 anos, 300 mcg por dia para crianças de 1 a 3 anos e 150 mcg por dia para bebês menores de 1 ano. Em casos mais graves ou quando há má absorção intestinal, a dose pode ser aumentada para até 5 miligramas (mg) por dia. O tratamento oral costuma durar pelo menos quatro meses ou até que os níveis de folato se normalizem.
O tratamento injetável consiste na aplicação intramuscular ou intravenosa de soluções contendo ácido fólico ou folinato de cálcio, que é uma forma ativa do folato. A dose usual é de 1 mg por dia para adultos e crianças maiores de 4 anos, 0,5 mg por dia para crianças de 1 a 3 anos e 0,25 mg por dia para bebês menores de 1 ano. O tratamento injetável costuma durar pelo menos uma semana ou até que os sintomas melhorem. O tratamento injetável é indicado para casos de emergência, quando há risco de complicações neurológicas ou quando o tratamento oral não é eficaz ou tolerado.
Como prevenir a deficiência de folato?
A prevenção da deficiência de folato pode ser feita através de uma alimentação equilibrada e variada, que inclua fontes naturais e enriquecidas de folato. Alguns alimentos ricos em folato são:
- Vegetais verdes, como espinafre, couve, brócolis e alface.
- Legumes, como feijão, lentilha, grão-de-bico e ervilha.
- Frutas, como laranja, banana, abacate e morango.
- Vísceras, como fígado, rim e coração.
- Ovos, leite e derivados.
- Cereais integrais e pães enriquecidos com folato.
Alguns países também adotam programas de fortificação alimentar com folato para reduzir a incidência de anemia e defeitos do tubo neural na população. Esses programas consistem em adicionar ácido fólico aos alimentos industrializados, como farinha de trigo, arroz, macarrão e flocos de milho.
Além disso, algumas pessoas podem se beneficiar do uso de suplementos de ácido fólico, como mulheres em idade fértil, gestantes, lactantes, pessoas com doenças crônicas ou que usam medicamentos que interferem no folato. No entanto, o uso de suplementos deve ser orientado por um médico ou nutricionista, pois doses excessivas podem causar efeitos adversos ou mascarar outras deficiências. Algumas recomendações para o uso de suplementos são:
- Mulheres em idade fértil: devem tomar 400 mcg de ácido fólico por dia antes da concepção e durante os primeiros três meses de gravidez para prevenir defeitos do tubo neural no feto.
- Gestantes: devem tomar 600 mcg de ácido fólico por dia durante toda a gravidez para suprir as necessidades da mãe e do bebê.
- Lactantes: devem tomar 500 mcg de ácido fólico por dia durante a amamentação para manter os níveis adequados da vitamina no leite materno.
- Pessoas com doenças crônicas: devem tomar doses variáveis de ácido fólico por dia conforme a orientação médica para compensar a perda ou o aumento da demanda da vitamina.
- Pessoas que usam medicamentos que interferem no folato: devem tomar doses variáveis de ácido fólico por dia conforme a orientação médica para evitar a deficiência da vitamina.
A deficiência de folato é uma condição que pode causar anemia megaloblástica e outros problemas de saúde. Ela pode ser causada por ingestão inadequada, má absorção, aumento da demanda ou uso de medicamentos ou toxinas que afetam o folato. O diagnóstico é feito por exames de sangue e o tratamento consiste na reposição da vitamina por via oral ou injetável. A prevenção pode ser feita através de uma alimentação equilibrada e variada, que inclua fontes naturais e enriquecidas de folato. Algumas pessoas também podem se beneficiar do uso de suplementos de ácido fólico, mas sempre com orientação médica ou nutricionista.
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