Um estudo da Universidade de Buffalo, nos EUA, sugere que a semaglutida pode ajudar as pessoas com diabetes tipo 1 a controlar melhor seus níveis de açúcar no sangue e até mesmo eliminar a necessidade de insulina injetada.
O diabetes tipo 1 é uma doença crônica que afeta cerca de 1% da população mundial. Nessa condição, o pâncreas não produz insulina suficiente, um hormônio que regula o metabolismo da glicose. Sem insulina, a glicose se acumula no sangue e pode causar complicações graves, como cegueira, doença renal, doença cardíaca e amputação.
O tratamento padrão para o diabetes tipo 1 é a aplicação diária de insulina por meio de injeções ou bombas. No entanto, esse método tem desvantagens, como o risco de hipoglicemia (baixa de açúcar no sangue), ganho de peso, dor e desconforto.
A semaglutida é um medicamento que pertence à classe dos análogos do GLP-1, que são substâncias que imitam um hormônio natural que estimula a produção de insulina pelo pâncreas. A semaglutida já é aprovada para o tratamento do diabetes tipo 2, que é uma forma diferente da doença, caracterizada pela resistência à insulina.
O estudo da Universidade de Buffalo envolveu dez pacientes recém-diagnosticados com diabetes tipo 1, que foram tratados com uma dose baixa de semaglutida e insulina basal e prandial. A insulina basal é a que mantém os níveis de glicose estáveis durante o dia e a noite, enquanto a insulina prandial é a que é aplicada antes das refeições para compensar o aumento da glicose causado pelos alimentos.
Os resultados do estudo foram impressionantes. Em três meses, a insulina prandial foi eliminada para todos os pacientes e em seis meses, a insulina basal foi eliminada para sete dos dez pacientes. O nível médio de HbA1c (média de glicose no sangue em 90 dias) caiu de 11,7 para 5,7 em 12 meses. Além disso, os pacientes não apresentaram hipoglicemia ou ganho de peso significativo.
Os autores do estudo afirmam que seus achados são promissores para os pacientes com diabetes tipo 1 e que pretendem realizar um estudo maior e mais longo para confirmar a segurança e a eficácia da semaglutida nessa população. Eles sugerem que a semaglutida poderia ser a mudança mais dramática no tratamento do diabetes tipo 1 desde a descoberta da insulina em 1921.
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