Dados obtidos pelo telescópio James Webb, da Nasa, levaram astrônomos a identificar dióxido de carbono (CO2) na superfície da lua Europa, de Júpiter.
O carbono é um dos elementos mais importantes para a vida, e sua presença em uma lua gelada pode indicar que ela esconde algum tipo de vida em seu interior.
O telescópio espacial se chama James Webb, e é considerado o sucessor do famoso Hubble. Ele tem a capacidade de observar o universo em comprimentos de onda que o olho humano não pode ver, como o infravermelho. Isso permite que ele estude objetos e fenômenos que até agora eram invisíveis ou muito difíceis de detectar.
Um desses objetos é Europa, uma das quatro grandes luas de Júpiter. Europa tem cerca de 3.100 quilômetros de diâmetro, um pouco menor que a nossa Lua, e é coberta por uma camada de gelo que pode ter até 20 quilômetros de espessura. Mas sob esse gelo, os cientistas acreditam que existe um oceano líquido, aquecido pela força gravitacional de Júpiter, que pode ter mais água do que todos os oceanos da Terra juntos.
Esse oceano pode ser um ambiente propício para a vida, pois pode conter sais, minerais e fontes de energia. Mas até agora, não havia evidências diretas de que Europa tivesse algum tipo de matéria orgânica, ou seja, moléculas que contêm carbono e são essenciais para a vida como a conhecemos.
Isso mudou com a observação feita pelo telescópio Webb, usando um instrumento chamado NIRSpec. Esse instrumento analisa a luz infravermelha refletida pela superfície de Europa, e consegue identificar os elementos químicos presentes nela. O que ele encontrou foi uma assinatura espectral distinta, que indica a presença de carbono na forma de compostos orgânicos complexos.
Esses compostos podem ter origem em processos geológicos ou biológicos, ou seja, podem ser produzidos por reações químicas entre as rochas e a água, ou por seres vivos que habitam o oceano subterrâneo. Ainda não se sabe qual é a origem exata desses compostos, mas eles são um sinal de que Europa tem potencial para abrigar vida.
O telescópio Webb continuará estudando Europa e outras luas do sistema solar que podem ter condições favoráveis à vida, como Encélado e Titã, que orbitam Saturno. Os cientistas esperam que o telescópio possa revelar mais detalhes sobre a composição e a história desses mundos fascinantes, e talvez até mesmo encontrar evidências definitivas de vida fora da Terra.