A maconha é uma planta que contém mais de 100 substâncias químicas chamadas canabinoides, que podem afetar o cérebro e o corpo de diferentes maneiras.
Entre os canabinoides mais conhecidos estão o THC (tetraidrocanabinol) e o CBD (canabidiol), que têm efeitos opostos: o THC é responsável pelos efeitos psicoativos da maconha, como euforia, alteração da percepção e aumento do apetite, enquanto o CBD tem propriedades anti-inflamatórias, anticonvulsivantes e ansiolíticas, sem causar alterações na mente.
A maconha pode ser usada de forma recreativa ou medicinal, dependendo da forma de consumo, do objetivo e da legalidade. Veja as principais diferenças entre esses dois tipos de uso:
- A forma de consumo: quem usa maconha de forma recreativa geralmente fuma, vaporiza ou ingere a planta, que pode ter altas concentrações de THC. Essa forma de consumo pode trazer riscos à saúde física e mental, como dependência, problemas respiratórios, psicoses ou prejuízos cognitivos. Quem usa maconha de forma medicinal utiliza produtos controlados e padronizados, como óleos, cápsulas ou sprays, que contêm doses específicas de canabinoides, como CBD e THC, que têm propriedades terapêuticas. Esses produtos são prescritos por médicos e autorizados pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).
- O objetivo: quem usa maconha de forma recreativa busca obter prazer, diversão ou relaxamento, mas pode ter efeitos indesejados, como ansiedade, paranoia ou taquicardia. Quem usa maconha de forma medicinal busca tratar condições médicas e proporcionar alívio aos pacientes, como redução de dor, espasmos, convulsões, náuseas, ansiedade ou depressão. A maconha medicinal pode ser usada para tratar doenças como esclerose múltipla, epilepsia, câncer, glaucoma, Parkinson, Alzheimer e fibromialgia.
- A legalidade: o uso recreativo da maconha é proibido no Brasil e em muitos países do mundo, sendo considerado um crime sujeito a penalidades. O uso medicinal da maconha é permitido no Brasil desde 2015, mediante prescrição médica e autorização da Anvisa . No entanto, ainda há muitas barreiras burocráticas e regulatórias para o acesso dos pacientes aos produtos à base de maconha. Alguns pacientes recorrem à importação dos produtos do exterior ou ao cultivo doméstico da planta com autorização judicial .
A maconha é uma planta complexa e controversa, que ainda precisa de mais estudos científicos para comprovar seus benefícios e riscos. Enquanto isso, é importante estar bem informado sobre as diferenças entre o uso recreativo e o uso medicinal da maconha.