Um estudo recente descobriu que algumas mulheres que não menstruam podem ter sangramento vaginal após a vacinação contra COVID-19.
O estudo, publicado na revista Science Advances, é um dos primeiros a analisar sistematicamente esse fenômeno em uma grande amostra populacional.
O estudo usou dados do Estudo de Coorte da Mãe, Pai e Filho da Noruega, que acompanha a saúde de mais de 100 mil famílias desde 1999. Durante a pandemia, os participantes receberam questionários quinzenais para monitorar os efeitos da COVID-19 em suas vidas. Em um dos questionários, algumas mulheres relataram ter tido sangramento menstrual intenso após a vacinação.
Os pesquisadores analisaram mais de 21 mil respostas de mulheres que não têm períodos regulares, como as que usam contraceptivos ou que passaram pela menopausa. Eles encontraram que cerca de metade de cada grupo disse que o sangramento ocorreu nas quatro semanas após a primeira ou segunda dose da vacina, ou ambas.
Os autores do estudo sugeriram que o sangramento poderia estar ligado à proteína spike do SARS-CoV-2 usada nas vacinas. Essa proteína é responsável por se ligar às células humanas e facilitar a entrada do vírus. As vacinas usam essa proteína para estimular o sistema imunológico a produzir anticorpos contra o vírus.
Os pesquisadores especularam que a proteína spike poderia ter algum efeito sobre os receptores de estrogênio, hormônio que regula o ciclo menstrual e outras funções reprodutivas. Eles também afirmaram que as vacinas contra COVID-19 foram consideradas seguras e eficazes em geral, e que o sangramento não deve ser motivo para evitar a vacinação.
No entanto, eles alertaram que o sangramento inesperado após a menopausa é geralmente considerado um sinal de condições graves, como câncer de endométrio. Se o sangramento for um efeito colateral conhecido das vacinas, os médicos podem levar isso em conta ao avaliar a condição das pacientes.
Os autores do estudo defendem que os padrões de sangramento feminino sejam incluídos ou monitorados em ensaios clínicos de novas vacinas. Eles também recomendam que as mulheres que não menstruam sejam informadas sobre essa possível reação adversa e que procurem orientação médica se tiverem dúvidas ou preocupações.
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