Uma equipe de pesquisadores da Universidade de Colônia, na Alemanha, desenvolveu uma nova estratégia para tratar doenças neurodegenerativas, como a doença de Huntington, usando uma enzima derivada de plantas.
A doença de Huntington é uma condição genética que causa a degeneração progressiva das células nervosas do cérebro, levando a problemas de movimento, cognição e comportamento.
A enzima, chamada peptidase de processamento estromal (SPP), é capaz de reduzir o acúmulo de proteínas anormais que causam as alterações patológicas associadas à doença de Huntington. Essas proteínas se agregam e formam depósitos tóxicos nas células nervosas, interferindo em seu funcionamento normal.
Os cientistas descobriram que as plantas não apresentam esse problema de agregação proteica porque possuem organelas especiais chamadas cloroplastos, que realizam a fotossíntese. Os cloroplastos contêm a enzima SPP, que corta as proteínas anormais e as impede de se agruparem.
Os pesquisadores conseguiram transferir a capacidade das plantas de evitar a agregação para células humanas cultivadas em laboratório e para um pequeno organismo modelo, o nematoide Caenorhabditis elegans. Eles mostraram que a expressão da enzima SPP nessas células e animais reduziu significativamente os níveis de proteínas anormais e melhorou sua sobrevivência e função.
Os resultados são promissores para o desenvolvimento de uma terapia potencial para a doença de Huntington e outras doenças neurodegenerativas. A equipe planeja fundar uma startup para produzir proteínas terapêuticas derivadas de plantas e testá-las como potenciais terapêuticos para tratar doenças neurodegenerativas em humanos.