A obesidade é uma doença crônica que afeta milhões de pessoas em todo o mundo.
Ela está associada a vários problemas de saúde, como diabetes, hipertensão, colesterol alto e doenças cardiovasculares. Por isso, muitas pessoas buscam tratamentos para perder peso e melhorar sua qualidade de vida.
Existem diferentes tipos de medicamentos para obesidade, que atuam de formas distintas no organismo. Alguns reduzem o apetite, outros aumentam o gasto energético ou diminuem a absorção de gordura. No entanto, nem todos os medicamentos são aprovados ou comercializados em todos os países. Neste artigo, vamos comparar as opções disponíveis nos Estados Unidos e no Brasil, e explicar os benefícios e os riscos de cada uma delas.
Wegovy: uma injeção semanal que ajuda a controlar o peso
Um medicamento que foi aprovado recentemente pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) é o Wegovy, uma injeção semanal que ajuda a controlar o peso. Esse medicamento já é comercializado nos Estados Unidos, mas ainda não tem preço definido no Brasil .
O Wegovy é uma versão mais potente do Ozempic, um medicamento usado para tratar o diabetes tipo 2. Ele contém um hormônio chamado semaglutida, que imita a ação do GLP-1, um hormônio produzido pelo intestino que regula o apetite e a glicose no sangue. O Wegovy reduz a fome e aumenta a sensação de saciedade, fazendo com que a pessoa coma menos e perca peso .
Segundo os estudos clínicos, o Wegovy pode levar a uma perda de até 15% do peso corporal em um ano, quando combinado com uma dieta saudável e exercícios físicos. Além disso, ele pode melhorar os níveis de açúcar, pressão e colesterol no sangue .
O Wegovy é indicado para pessoas com índice de massa corporal (IMC) igual ou superior a 30 kg/m², ou igual ou superior a 27 kg/m² com pelo menos uma doença relacionada à obesidade, como diabetes, hipertensão ou apneia do sono .
O Wegovy pode causar alguns efeitos colaterais, como náuseas, vômitos, diarreia, constipação, dor abdominal e dor de cabeça. Esses efeitos tendem a diminuir com o tempo e são mais leves do que os de outros medicamentos para obesidade .
Ainda não há uma data prevista para que o Wegovy chegue ao mercado brasileiro. O preço do medicamento nos Estados Unidos é de cerca de 1.300 dólares por mês .
Qsymia: uma combinação de fentermina e topiramato
Outro medicamento que é usado para tratar a obesidade nos Estados Unidos, mas não no Brasil, é o Qsymia, uma combinação de fentermina e topiramato. Esse medicamento pode causar efeitos colaterais graves, como problemas cardíacos, defeitos congênitos e depressão. O Qsymia não tem autorização da Anvisa para ser vendido no Brasil.
A fentermina é um estimulante que reduz o apetite e aumenta o metabolismo. O topiramato é um anticonvulsivante que também tem efeito sobre o peso. Juntos, eles formam o Qsymia, um medicamento que pode levar a uma perda de até 10% do peso corporal em um ano.
O Qsymia é indicado para pessoas com IMC igual ou superior a 30 kg/m², ou igual ou superior a 27 kg/m² com pelo menos uma doença relacionada à obesidade.
O Qsymia pode causar vários efeitos colaterais, como boca seca, insônia, alterações no paladar, tontura, dor de cabeça, ansiedade, irritabilidade, fadiga, infecções respiratórias e pedras nos rins. Além disso, ele pode aumentar o risco de arritmias cardíacas, glaucoma, hipertensão pulmonar, depressão, pensamentos suicidas, perda de memória e dificuldade de concentração. O Qsymia também pode causar malformações fetais, como lábio leporino e palato fendido, se usado durante a gravidez.
O preço do Qsymia nos Estados Unidos varia de acordo com a dose e o plano de saúde, mas pode chegar a 200 dólares por mês.
Sibutramina: um supressor de apetite proibido em vários países
Um medicamento que é proibido em vários países, incluindo os Estados Unidos e a União Europeia, mas não no Brasil, é a sibutramina, um supressor de apetite. Esse medicamento pode aumentar o risco de derrame, infarto e outros problemas cardiovasculares. A sibutramina é vendida no Brasil com receita médica e controle especial.
A sibutramina é um inibidor da recaptação de serotonina e noradrenalina, dois neurotransmissores que estão envolvidos na regulação do humor e do apetite. A sibutramina aumenta a disponibilidade dessas substâncias no cérebro, fazendo com que a pessoa se sinta mais satisfeita e menos faminta.
A sibutramina pode levar a uma perda de até 5% do peso corporal em um ano.
A sibutramina é indicada para pessoas com IMC igual ou superior a 30 kg/m², ou igual ou superior a 27 kg/m² com pelo menos uma doença relacionada à obesidade.
A sibutramina pode causar efeitos colaterais como boca seca, insônia, taquicardia, aumento da pressão arterial, dor de cabeça, constipação, sudorese e alterações no humor. Além disso, ela pode interagir com outros medicamentos, como antidepressivos, anticoagulantes e anti-inflamatórios. A sibutramina também pode aumentar o risco de eventos cardiovasculares graves, como derrame, infarto e morte súbita.
O preço da sibutramina no Brasil varia de acordo com o laboratório e a dose, mas pode custar entre 30 e 100 reais por mês.
Os medicamentos para obesidade são uma alternativa para auxiliar as pessoas que têm dificuldade para perder peso com as medidas tradicionais de dieta e exercício. No entanto, eles não são milagrosos nem isentos de riscos. Por isso, é importante consultar um médico antes de iniciar qualquer tratamento e seguir as orientações prescritas. Além disso, é essencial manter hábitos saudáveis de alimentação e atividade física para garantir os resultados a longo prazo.