Um novo estudo realizado por pesquisadores dos Estados Unidos sugere que o nível de estresse das mulheres antes de engravidar pode influenciar a saúde delas e de seus filhos.
O estudo analisou a relação entre o estresse pré-concepção e os níveis de glicose no sangue, um indicador de saúde cardíaca, em mulheres que buscaram tratamento de fertilidade.
Os resultados mostraram que as mulheres que relataram mais estresse antes da concepção tinham níveis mais altos de glicose no sangue, especialmente as que usaram inseminação intrauterina para conceber e as que tinham maior nível socioeconômico. Isso pode aumentar o risco de complicações na gravidez, como diabetes gestacional, pré-eclâmpsia e parto prematuro, além de afetar a saúde da criança a longo prazo.
O estudo foi conduzido por pesquisadores do Massachusetts General Hospital e do Brigham and Women’s Hospital, como parte do estudo Environment and Reproductive Health (EARTH), que investiga os efeitos ambientais e de estilo de vida na saúde reprodutiva. O estudo envolveu 398 mulheres entre 18 e 45 anos de idade que buscaram tratamento de fertilidade entre 2004 e 2019.
Os autores do estudo destacaram que o estresse pré-concepção é um fator importante a ser avaliado, pois pode afetar a saúde durante a gravidez, o que pode ter consequências de longo prazo para a mãe e a criança. Eles sugeriram que as mulheres que planejam engravidar devem ser orientadas sobre seu nível de estresse e possíveis estratégias de redução, como meditação, exercícios físicos e apoio psicológico.
Eles também enfatizaram a necessidade de mais pesquisas sobre os mecanismos biológicos que ligam o estresse pré-concepção aos resultados de saúde, bem como os possíveis efeitos diferenciais dependendo do sexo do bebê e da origem étnica da mãe.
O estudo não é o único a explorar a influência do estresse pré-concepção na saúde materna e infantil. Outras pesquisas mostraram que o estresse pré-concepção pode estar relacionado a baixo peso ao nascer, problemas de desenvolvimento e saúde mental na infância e na vida adulta, e até mesmo impactos transgeracionais, afetando a saúde dos netos.
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