Um estudo realizado por pesquisadores da Virginia Tech revelou que medicamentos usados para tratar o diabetes tipo 2 e a obesidade podem ter um efeito surpreendente na redução dos desejos e do consumo de álcool.
O estudo foi publicado na revista Scientific Reports no dia 28 de novembro.
Os medicamentos em questão são chamados de agonistas do GLP-1, que são drogas que imitam os hormônios liberados após a alimentação e que ajudam a controlar o açúcar no sangue e a ingestão de energia. Esses medicamentos incluem a semaglutida e a tirzepatida, que são usados para tratar pacientes com diabetes tipo 2 e obesidade.
Os pesquisadores descobriram que muitas pessoas que usam esses medicamentos relataram uma mudança na relação com o álcool, como uma diminuição dos desejos e do consumo, em posts no Reddit, uma rede social online. Eles analisaram mais de 68 mil posts de 2009 a 2023 que mencionavam os nomes comerciais dos medicamentos, como Mounjaro, Wegovy, Ozempic e Trulicity.
Os pesquisadores também realizaram um estudo remoto com 36 indivíduos com obesidade que usavam semaglutida ou tirzepatida. Eles mediram o consumo de álcool dos participantes antes e depois do início do tratamento com os medicamentos. Eles descobriram que os medicamentos diminuíram os desejos e reduziram o consumo de álcool em cerca de 50%.
Os resultados do estudo sugerem que os medicamentos GLP-1 podem ter um efeito benéfico na redução dos hábitos de bebida perigosos, o que pode melhorar a saúde e a qualidade de vida dos indivíduos com diabetes tipo 2 e obesidade. Os pesquisadores destacam que esses medicamentos podem ser uma alternativa promissora aos tratamentos existentes para o alcoolismo, que muitas vezes têm efeitos colaterais indesejáveis ou baixa adesão.
O estudo foi liderado pelo professor Warren Bickel, do Centro de Pesquisa em Recuperação do Vício do Instituto de Pesquisa Biomédica Fralin da VTC. Ele afirmou que os achados “acrescentam a uma crescente literatura que esses medicamentos podem conter hábitos de bebida perigosos”. Ele também disse que mais pesquisas são necessárias para entender os mecanismos pelos quais os medicamentos GLP-1 afetam o consumo de álcool e para testar a sua eficácia em ensaios clínicos controlados.
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