A dengue é uma doença transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, que também pode transmitir outras doenças como zika, chikungunya e febre amarela.
A dengue pode causar febre, dor de cabeça, dor no corpo, manchas na pele e, em casos mais graves, sangramento e choque. A doença não tem tratamento específico, apenas sintomático, e pode levar à morte.
Para prevenir a dengue, é importante eliminar os possíveis criadouros do mosquito, como água parada em vasos, pneus, garrafas e outros recipientes. Também é recomendado usar repelente, roupas claras e cobrir as janelas com telas.
Mas agora, há uma nova forma de prevenção: a vacina contra a dengue. Essa vacina é capaz de proteger contra os quatro tipos de vírus da dengue, com uma eficácia de cerca de 60%. A vacina é aplicada em duas doses, com um intervalo de três meses entre elas, e é indicada para pessoas entre 4 e 60 anos de idade.
A vacina contra a dengue foi desenvolvida pelo laboratório japonês Takeda Pharma, e recebeu o nome de Qdenga. Ela foi aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em dezembro de 2022, e pelo Ministério da Saúde em janeiro de 2023.
O Ministério da Saúde decidiu distribuir a vacina para 500 municípios do país, que foram selecionados de acordo com critérios como o número de casos de dengue, a população e a capacidade de armazenamento e aplicação da vacina. A distribuição da vacina é limitada pela capacidade de produção do laboratório, que é de cerca de 20 milhões de doses por ano.
Entre os municípios escolhidos pelo Ministério da Saúde, estão 11 da Grande São Paulo: Guarulhos, Mogi das Cruzes, Suzano, Arujá, Biritiba Mirim, Ferraz de Vasconcelos, Itaquaquecetuba, Poá, Salesópolis, Santa Isabel e Guararema. Essas cidades começaram a vacinar as crianças entre 10 e 14 anos nesta terça-feira (20), em escolas e unidades de saúde. A meta é vacinar cerca de 1,2 milhão de crianças nessa faixa etária até o final de abril.
A capital paulista, porém, ficou de fora da lista das cidades que estão recebendo a vacina contra a dengue. A Secretaria da Saúde de São Paulo enviou um ofício à ministra da Saúde, Nísia Trindade, solicitando doses do imunizante para a cidade, que tem cerca de 12 milhões de habitantes e registrou mais de 5 mil casos de dengue neste ano. A Secretaria da Saúde de São Paulo espera receber uma resposta do Ministério da Saúde até o final desta semana.
Enquanto isso, outra vacina contra a dengue está sendo desenvolvida pelo Instituto Butantan, em parceria com a Universidade de São Paulo (USP) e a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Essa vacina está em fase de testes clínicos, e deve ficar pronta em 2025. A expectativa é que essa vacina tenha uma eficácia maior que a Qdenga, e possa ser produzida em larga escala no Brasil.
A vacinação contra a dengue é uma medida importante para reduzir os casos e as mortes pela doença, que é um grave problema de saúde pública no Brasil. Segundo o Ministério da Saúde, o Brasil teve mais de 1,5 milhão de casos de dengue e mais de 800 mortes pela doença em 2022. No estado de São Paulo, foram 15 mortes por dengue entre o dia primeiro de janeiro e 16 de fevereiro de 2024.