Um estudo promissor conduzido pelo Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), em colaboração com instituições britânicas, identificou 35 moléculas com potencial para o desenvolvimento de novos tratamentos contra a esquistossomose.
Essa descoberta abre novas perspectivas no combate à doença que afeta cerca de 200 milhões de pessoas em 78 países, incluindo o Brasil.
A esquistossomose, também conhecida como barriga d’água, xistose ou doença do caramujo, é uma doença parasitária associada à pobreza e à falta de saneamento básico. Causada por vermes do gênero Schistosoma, a doença pode levar à morte se não for tratada, e seus sintomas incluem dores abdominais, diarreia, anemia e fadiga.
O atual tratamento para a esquistossomose é oferecido gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e consiste na administração de um único medicamento. No entanto, o desenvolvimento de novos tratamentos é crucial para combater o surgimento de resistência ao medicamento existente e garantir um tratamento mais eficaz e seguro para os pacientes.
Novas moléculas contra um antigo inimigo:
O estudo do IOC/Fiocruz utilizou tecnologia de ponta para identificar moléculas capazes de se ligar a uma proteína essencial para a sobrevivência do parasita Schistosoma mansoni. Essa proteína, chamada de tiorredoxina glutationa redutase (TGR), atua na proteção do verme contra o estresse oxidativo. Ao inibir a TGR, as moléculas identificadas no estudo podem levar à morte do parasita, oferecendo uma nova estratégia para o combate à esquistossomose.
Próximos passos:
Na próxima etapa da pesquisa, os cientistas trabalharão no desenvolvimento de moléculas maiores a partir dos fragmentos moleculares selecionados. Essas novas moléculas serão testadas em laboratório, em camundongos e, posteriormente, em humanos, a fim de avaliar sua eficácia e segurança no tratamento da esquistossomose.
Um marco na luta contra a negligência:
A descoberta de 35 moléculas promissoras para o tratamento da esquistossomose representa um marco importante na luta contra essa doença negligenciada. Essa nova abordagem abre caminho para o desenvolvimento de medicamentos mais eficazes, seguros e acessíveis, contribuindo para a melhoria da qualidade de vida de milhões de pessoas em todo o mundo.
Fonte: Link 1.