O Transtorno de Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) é um dos temas mais pesquisados na internet. Em 2024, as buscas sobre TDAH aumentaram 576% comparado a cinco anos atrás.
Nos Estados Unidos, vídeos sobre TDAH somaram bilhões de visualizações nas redes sociais, o que ajudou a espalhar desinformações e “gurus” que dizem ter soluções para o problema.
Para entender a qualidade dessas informações, uma pesquisa de 2022 analisou vídeos populares no TikTok com a hashtag “adhd”. Esses vídeos foram avaliados por psiquiatras em três categorias: (1) informações corretas e úteis, (2) relatos pessoais, e (3) informações enganosas sem base científica. O estudo revelou que mais da metade dos vídeos eram enganosos e criados por pessoas que não eram profissionais da saúde.
O TDAH é um transtorno do desenvolvimento que causa dificuldade de atenção, organização, hiperatividade e impulsividade, e é normalmente diagnosticado na infância. Não existe um exame que detecte o TDAH, e o diagnóstico precisa ser feito por especialistas.
Dieta e TDAH
Desde a década de 1960, alguns estudos tentaram relacionar o TDAH com a alimentação. O pediatra Benjamin Feingold sugeriu que aditivos químicos e certos alimentos poderiam piorar os sintomas de TDAH, mas essa teoria não foi comprovada. Em 1983, especialistas dos EUA concluíram que não havia evidências suficientes para recomendar uma dieta específica para tratar o TDAH.
Pesquisas mais recentes continuam a investigar essa relação. Estudos mostraram que algumas crianças podem apresentar melhoras temporárias com uma dieta chamada FFD (dieta de poucos alimentos), que remove muitos alimentos e aditivos. Essa dieta, no entanto, é complexa e só indicada em curto prazo para identificar possíveis sensibilidades alimentares.
Por outro lado, revisões científicas mostram que suplementos como ômega 3 e outros nutrientes não têm efeito comprovado nos sintomas do TDAH. Estudos com suplementos de ácidos graxos (ômega 3) não mostraram resultados melhores do que o placebo (substância sem efeito).
As pesquisas indicam que nem dietas específicas nem suplementos nutricionais curam ou causam TDAH. Embora uma alimentação equilibrada seja sempre recomendada para a saúde geral, não há evidência de que ela substitua os tratamentos tradicionais do TDAH, como acompanhamento médico e terapias. No entanto, para algumas crianças com sensibilidades alimentares específicas, uma dieta ajustada pode ajudar em curto prazo.