Uma equipe de cientistas da Universidade de Harvard desenvolveu um atlas celular do olho humano, que revela a diversidade e a complexidade das células que compõem as diferentes partes do órgão da visão.
O estudo, publicado na revista Nature, pode ter implicações para o diagnóstico e o tratamento de doenças oculares como glaucoma e degeneração macular.
O olho humano é formado por várias estruturas, como a córnea, a íris, a retina e o nervo óptico, que trabalham em conjunto para captar e processar a luz e enviar sinais visuais ao cérebro. Cada uma dessas estruturas é composta por diferentes tipos de células, que desempenham funções específicas e expressam genes distintos.
Para mapear os tipos de células presentes em cada parte do olho humano, os pesquisadores usaram uma técnica chamada sequenciamento de RNA de célula única, que permite analisar o perfil genético de cada célula individualmente. Eles coletaram amostras de tecido ocular de 22 doadores humanos e isolaram cerca de 120 mil células, que foram submetidas ao sequenciamento.
Os resultados mostraram que o olho humano contém quase 160 tipos de células, sendo que 133 são encontrados na retina, o tecido sensível à luz que reveste a parte posterior do olho. A retina é responsável por converter a luz em sinais elétricos que são enviados ao cérebro pelo nervo óptico. Os outros 27 tipos de células são distribuídos pelas demais estruturas do olho.
O atlas celular do olho humano é o mais completo já criado até o momento, e revela detalhes sobre a identidade, a localização e a função de cada tipo de célula. Além disso, o atlas também mostra quais genes são expressos por cada tipo de célula, o que pode ajudar a entender como elas se desenvolvem e se comunicam.
Um dos possíveis usos do atlas é para avaliar quais tipos de células são afetados por doenças oculares genéticas, como glaucoma e degeneração macular. Essas doenças causam a perda progressiva da visão por danificar certas células da retina ou do nervo óptico. Ao saber quais genes estão associados a essas doenças, os pesquisadores podem identificar quais tipos de células expressam esses genes e como eles afetam sua função.
Isso pode abrir caminho para o desenvolvimento de terapias genéticas mais eficazes, que visam corrigir ou substituir os genes defeituosos nas células-alvo. Por exemplo, uma terapia genética poderia introduzir um gene saudável em um tipo específico de célula da retina que está comprometido por uma mutação genética.
Outra aplicação do atlas é para comparar os tipos de células do olho humano com os de outras espécies animais. O laboratório do professor Joshua Sanes, um dos autores do estudo, já criou atlas celulares neurais de primatas, roedores, peixes, aves e outros animais, usando a mesma técnica de sequenciamento de RNA de célula única. Esses atlas permitem inferir como a evolução moldou diferentes desenhos retinianos para se adaptar a diferentes ambientes e necessidades visuais.
O atlas celular do olho humano é um recurso valioso para a comunidade científica, que pode acessá-lo gratuitamente através de um portal online. Os pesquisadores esperam que o atlas possa contribuir para o avanço do conhecimento sobre a biologia ocular e para o desenvolvimento de novas estratégias para prevenir e tratar as doenças que afetam a visão.
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