Você já se perguntou se vale a pena pagar mais caro por alimentos orgânicos?
Segundo um especialista em agricultura e alimentação, a resposta é não. Robert Paarlberg, professor visitante de políticas públicas na Harvard Kennedy School, publicou um artigo na Harvard Gazette em que questiona os benefícios dos alimentos orgânicos em relação aos convencionais.
Paarlberg afirma que não há evidências confiáveis de que os alimentos orgânicos sejam mais nutritivos ou seguros do que os convencionais. Ele cita um estudo da Universidade de Stanford que analisou 237 pesquisas comparativas e não encontrou diferenças significativas na qualidade nutricional ou no risco de contaminação por pesticidas entre os dois tipos de alimentos.
Além disso, ele argumenta que a proibição de fertilizantes e pesticidas sintéticos na produção orgânica aumenta os custos e os impactos ambientais. Ele explica que os fertilizantes orgânicos, como o esterco animal, requerem mais terra e água para serem produzidos, e que os pesticidas orgânicos, como o cobre, podem ser mais tóxicos do que os sintéticos. Ele também diz que a produção orgânica tem menor rendimento por hectare, o que significa que é preciso mais terra para produzir a mesma quantidade de alimentos.
Paarlberg reconhece que os alimentos orgânicos de origem animal têm algumas vantagens para o bem-estar animal e a saúde humana, pois evitam o uso de antibióticos e hormônios de crescimento. No entanto, ele diz que esses benefícios são marginais em comparação com os preços mais altos. Ele cita um estudo da Universidade de Oxford que estimou que se todos os britânicos se tornassem vegetarianos, isso reduziria as emissões de gases de efeito estufa em 28%, enquanto se todos eles se tornassem consumidores de orgânicos, isso aumentaria as emissões em 21%.
Paarlberg conclui que os consumidores que querem melhorar a qualidade dos alimentos devem se concentrar em outras questões, como a redução do consumo de carne, açúcar e sal. Ele também sugere que os governos devem investir mais em pesquisa e desenvolvimento agrícola para tornar a produção convencional mais sustentável e eficiente.
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