A anemia falciforme é uma doença que afeta milhares de brasileiros e causa graves complicações. Saiba como a edição de DNA pode ser uma alternativa para tratar essa condição.
A anemia falciforme é uma doença hereditária que altera a forma e a função dos glóbulos vermelhos, responsáveis por transportar oxigênio pelo corpo. Essas células adquirem um formato de foice ou meia lua, o que dificulta sua circulação nos vasos sanguíneos e reduz a oferta de oxigênio aos tecidos. Como consequência, os pacientes sofrem com anemia, dores, infecções, úlceras e risco de acidente vascular cerebral.
A doença é causada por uma mutação genética que afeta a hemoglobina, a proteína que compõe os glóbulos vermelhos. Essa mutação é mais comum em pessoas de ascendência africana ou negra, mas também pode ocorrer em outras etnias. No Brasil, estima-se que cerca de 60 mil pessoas tenham anemia falciforme, sendo considerada um problema de saúde pública.
O tratamento atual da anemia falciforme consiste em usar medicamentos para aliviar os sintomas e prevenir complicações, além de transfusões de sangue e transplante de medula óssea em casos mais graves. No entanto, essas terapias têm limitações, como efeitos colaterais, dificuldade de encontrar doadores compatíveis e alto custo.
Diante desse cenário, pesquisadores brasileiros estão buscando uma alternativa mais eficaz e acessível para tratar a anemia falciforme: a edição de DNA. Trata-se de uma técnica que permite corrigir a mutação genética que causa a doença nas células do próprio paciente.
O projeto é conduzido pelo Hospital Israelita Albert Einstein, em parceria com o Sistema Único de Saúde (SUS), e utiliza a ferramenta CRISPR/Cas9, que funciona como uma tesoura molecular capaz de cortar e modificar o DNA. O processo consiste em coletar as células-tronco do sangue do paciente, levá-las ao laboratório, editar o gene defeituoso e devolvê-las ao paciente por meio de um transplante. Assim, espera-se que as células-tronco corrigidas produzam glóbulos vermelhos saudáveis e normais.
A pesquisa está na fase pré-clínica, ou seja, ainda não foi testada em humanos. Porém, os resultados obtidos até agora são promissores e mostram que a edição genética é eficiente e segura. A expectativa é que os testes clínicos comecem por volta de 2025.
Se bem-sucedida, essa terapia gênica pode representar uma esperança de cura para milhares de pessoas com anemia falciforme no Brasil e no mundo. Além disso, pode contribuir para reduzir os custos e os impactos sociais da doença, melhorando a qualidade e a expectativa de vida dos pacientes.
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