Um novo estudo liderado por pesquisadores da Universidade da Colúmbia Britânica (UBC) sugere que o uso contínuo de antidepressivos modernos pode ajudar a prevenir a recaída de pacientes com transtorno bipolar em um episódio depressivo.
O estudo, publicado no New England Journal of Medicine, desafia as diretrizes atuais de prática clínica e pode mudar a forma como a depressão bipolar é tratada globalmente.
O transtorno bipolar é uma condição psiquiátrica caracterizada por oscilações extremas de humor, que vão da depressão à mania. A depressão bipolar é uma das principais causas de incapacidade e suicídio entre as pessoas com transtorno bipolar. O tratamento padrão para a depressão bipolar envolve o uso de estabilizadores de humor, como o lítio, que podem ajudar a prevenir os episódios maníacos, mas têm efeitos limitados na prevenção dos episódios depressivos.
Os antidepressivos são frequentemente usados em combinação com os estabilizadores de humor para tratar a depressão bipolar, mas sua eficácia e segurança a longo prazo são controversas. Algumas diretrizes clínicas recomendam o uso de antidepressivos apenas por um curto período de tempo, pois eles podem aumentar o risco de mudança para a mania ou induzir ciclos rápidos de humor.
No entanto, o novo estudo da UBC mostra que o uso contínuo de antidepressivos modernos, chamados inibidores seletivos da recaptação da serotonina (ISRS) ou inibidores da recaptação da serotonina e da noradrenalina (IRSN), pode ser benéfico para os pacientes com transtorno bipolar que estão em remissão de um episódio depressivo.
O estudo envolveu 178 pacientes com transtorno bipolar I que estavam em remissão de um episódio depressivo após o tratamento com antidepressivos modernos (escitalopram ou bupropion XL). Os pacientes foram aleatoriamente designados para continuar o tratamento com antidepressivos por 52 semanas ou começar a reduzir os antidepressivos em seis semanas e mudar para um placebo em oito semanas.
Os pesquisadores acompanharam os pacientes por um ano e avaliaram sua condição clínica, seu funcionamento psicossocial e sua qualidade de vida. Eles também monitoraram os eventos adversos e as mudanças no tratamento.
Os resultados mostraram que, a partir da sexta semana, quando o tratamento entre os dois grupos diferiu, os pacientes que continuaram o tratamento com antidepressivos tiveram 40% menos chances de experimentar uma recaída de qualquer evento de humor e 59% menos chances de experimentar um episódio depressivo em relação ao grupo placebo. Não houve diferença significativa na taxa de episódios maníacos ou na taxa de eventos adversos entre os grupos.
Os pesquisadores concluíram que o uso contínuo de antidepressivos modernos é eficaz e seguro para prevenir a recaída da depressão bipolar em pacientes que responderam bem ao tratamento inicial. Eles sugerem que as diretrizes clínicas atuais devem ser revisadas para refletir esses achados e que os médicos devem considerar a opção de manter os antidepressivos em pacientes com transtorno bipolar que estão em remissão da depressão.
O estudo foi financiado pelos Institutos Nacionais de Saúde dos Estados Unidos e pelo Instituto Canadense de Pesquisa em Saúde. Os autores declararam não ter conflitos de interesse relevantes.
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