O Brasil tem registrado um crescimento no número de casos de coqueluche, uma infecção respiratória altamente transmissível.
Este cenário é especialmente preocupante, pois em apenas quatro meses, São Paulo já registrou o mesmo número de casos do ano inteiro de 2023.
A queda na cobertura da vacina tríplice bacteriana (DTP), que protege contra difteria, tétano e coqueluche, pode ter contribuído significativamente para esse panorama preocupante.
O crescimento no número de casos de coqueluche não é exclusivo do Brasil, mas observado em diversos países, e não há uma única explicação para isso. A coqueluche tem um padrão cíclico de aumento a cada três a cinco anos. A principal causa desse incremento é a diminuição da cobertura vacinal. Esse fenômeno já ocorria antes da pandemia e se intensificou durante ela, quando a vacinação para quase todas as doenças, incluindo as mais antigas como a coqueluche, diminuiu globalmente. Além disso, mesmo após a pandemia, a cobertura vacinal não retornou aos níveis prévios.
Além disso, a falta de acesso aos serviços de saúde e a propagação de fake news sobre vacinação têm sido obstáculos importantes na luta contra a coqueluche.
A vacinação é a principal forma de prevenção contra a coqueluche. Bebês, que são o grupo mais vulnerável, devem receber a vacina pentavalente, oferecida pelo SUS, que também protege contra tétano, difteria, hepatite B e infecções por Haemophilus influenzae B.
O calendário vacinal inclui três doses iniciais aos dois, quatro e seis meses de idade, e duas doses de reforço aos 15 meses e aos 4 anos. Embora seja focada em crianças até sete anos, adultos que interagem com bebês menores de um ano também devem se vacinar.
A vacina dTpa é recomendada pelo SUS e está disponível para profissionais da saúde, parteiras, estagiários em áreas neonatais e gestantes a partir da 20ª semana de gestação. Adultos fora desses grupos podem buscar a vacina em serviços privados, onde opções como a hexavalente estão disponíveis, protegendo contra seis doenças.