Você sabia que o infarto, uma condição geralmente associada a pessoas mais velhas, tem atingido cada vez mais jovens?
Segundo a Dra. Valessa Tanganelli, cardiologista do Instituto Medicina em Foco, essa condição está afetando a camada mais jovem da população devido ao estilo de vida.
O Infarto Agudo do Miocárdio (IAM) representa uma séria complicação da Doença Arterial Coronária (DAC). Ele ocorre quando há uma obstrução nas artérias coronárias, geralmente devido a uma trombose que se forma sobre uma placa de ateroma. Esta obstrução causa uma diminuição do fluxo sanguíneo para o músculo cardíaco alimentado pela artéria afetada, resultando em isquemia.
É um equívoco pensar que a Doença Arterial Coronariana (DAC) é uma preocupação exclusiva para aqueles acima dos 40 anos. Jovens, até mesmo antes dos 30, estão sendo cada vez mais diagnosticados com essa condição. O ritmo de vida acelerado, as pressões sociais e profissionais, além do estresse, têm conduzido adolescentes e jovens a adotarem hábitos alimentares pouco saudáveis, com um consumo elevado de alimentos ultraprocessados, favorecido pela praticidade dos aplicativos de entrega. Além disso, o sedentarismo, intensificado pelas longas horas diante de telas de computadores e smartphones, bem como o consumo excessivo de álcool, drogas e anabolizantes, contribuem para o aumento do risco dessa doença entre os mais jovens.
É importante ressaltar que o aumento dos casos de infarto em jovens vem ocorrendo nas últimas décadas e não tem relação com nenhuma vacina.
Pesquisas realizadas nos anos 1990 e 2000 já indicavam uma tendência crescente no número de casos. Estas previam que o aumento do excesso de peso entre adolescentes, observado naquela época, levaria a uma maior prevalência de obesidade em indivíduos de 35 anos até 2020. Isso poderia acarretar um crescimento na incidência de doenças arteriais coronarianas (DAC) e mortes associadas em adultos jovens e de meia-idade.
Além disso, o SARS-CoV-2, vírus responsável pela COVID-19, afeta significativamente o sistema cardiovascular e pode causar diversas complicações cardíacas. A doença está ligada a um aumento da inflamação que pode resultar em inflamação vascular, miocardite e arritmias, todas contribuindo para a insuficiência cardíaca. Complicações cardiovasculares comuns da COVID-19 incluem dano ao miocárdio, miocardite, infarto do miocárdio, insuficiência cardíaca, arritmias e eventos tromboembólicos. Pessoas com problemas cardíacos prévios têm um risco elevado de complicações após a infecção.
A Dra. Valessa Tanganelli destaca a importância de check-up regular em qualquer idade e alerta que os fatores de risco para infarto como hipertensão, obesidade, diabetes, colesterol alto não são exclusividade dos idosos como era o caso algumas décadas atrás. Portanto, é crucial que todos, independentemente da idade, mantenham um estilo de vida saudável e façam exames regulares para prevenir essas condições.
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