Um novo estudo publicado na revista Journal of the American College of Cardiology oferece uma explicação para o porquê de beber álcool com moderação pode estar associado a um menor risco de doenças cardíacas.
Pela primeira vez, os pesquisadores encontraram uma relação entre o consumo de álcool em quantidades leves a moderadas e uma redução a longo prazo do estresse no cérebro. Esse impacto nos sistemas de estresse do cérebro pareceu contribuir significativamente para as reduções de eventos cardiovasculares observadas em bebedores leves a moderados que participaram do estudo.
O estudo, liderado por investigadores do Massachusetts General Hospital, um membro fundador do sistema de saúde Mass General Brigham, incluiu mais de 50 mil indivíduos inscritos no Biobanco Mass General Brigham. A primeira parte do estudo avaliou a relação entre o consumo de álcool em níveis leves a moderados (uma bebida por dia para mulheres e uma a duas bebidas por dia para homens) e eventos cardiovasculares adversos importantes, após ajustar para uma série de fatores genéticos, clínicos, de estilo de vida e socioeconômicos. Os pesquisadores descobriram que o consumo de álcool em níveis leves a moderados estava associado a uma redução substancial no risco de doenças cardiovasculares, mesmo após levar em conta esses outros fatores.
A segunda parte do estudo analisou mais de 750 exames de PET e CT do cérebro dos participantes, encontrando que bebedores leves a moderados cujos níveis de estresse diminuíram na amígdala – uma parte do cérebro que reage a estímulos intensos ou ameaçadores – também apresentaram menores níveis de ataques cardíacos ou derrames. Os participantes que tinham um histórico de estresse e ansiedade tiveram ainda maiores benefícios para a saúde: os pesquisadores descobriram que pessoas propensas a altos níveis de estresse e ansiedade que bebiam uma quantidade leve ou moderada tinham o dobro dos efeitos protetores cardíacos do que aqueles sem alto estresse e ansiedade.
Os autores do estudo ressaltam que não estão defendendo o uso de álcool para reduzir o risco de ataques cardíacos ou derrames, pois o álcool também tem outros efeitos negativos para a saúde. Eles afirmam que o objetivo é encontrar outras abordagens que possam replicar ou induzir os efeitos cardíacos protetores do álcool sem os impactos adversos do mesmo. Eles sugerem que intervenções que reduzam a atividade do estresse no cérebro, como meditação, exercícios físicos e terapias comportamentais, podem ser alternativas potenciais.
Fonte: Link.
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