Um novo estudo publicado na revista Neurobiology of Disease revelou que o consumo excessivo de álcool na adolescência pode alterar o desenvolvimento do cérebro e causar problemas de memória, aprendizado e comportamento na vida adulta.
Os pesquisadores da Universidade de Illinois em Chicago (EUA) usaram modelos de camundongos para simular episódios de bebedeira na adolescência. Eles expuseram os animais a doses elevadas de álcool durante dois dias seguidos, seguidos de dois dias sem álcool, por um período de 16 dias. Esse padrão foi repetido por três semanas, o que corresponde ao final da adolescência nos camundongos.
Os resultados mostraram que os camundongos que receberam álcool apresentaram alterações na expressão de genes relacionados à comunicação entre os neurônios, à formação de novas sinapses e à plasticidade cerebral. Essas mudanças foram observadas tanto no hipocampo, uma região importante para a memória e o aprendizado, quanto no córtex pré-frontal, uma região envolvida no controle dos impulsos e na tomada de decisões.
Além disso, os camundongos que receberam álcool tiveram um desempenho pior em testes de memória espacial e reconhecimento de objetos do que os camundongos que não receberam álcool. Essas diferenças persistiram mesmo após quatro semanas sem exposição ao álcool, o que indica que os efeitos são duradouros.
Os autores do estudo sugerem que o consumo excessivo de álcool na adolescência pode interferir no processo normal de maturação cerebral e aumentar o risco de desenvolver transtornos neuropsiquiátricos na vida adulta. Eles também alertam que os resultados podem ser aplicáveis aos humanos, já que o cérebro dos camundongos é semelhante ao dos humanos em termos de estrutura e função.
O consumo excessivo de álcool é definido como a ingestão de quatro ou mais doses para mulheres e cinco ou mais doses para homens em uma única ocasião. Segundo o Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA (CDC), esse tipo de consumo é perigoso e está associado a problemas escolares, sociais, legais e físicos, além de atividade sexual indesejada, não planejada e desprotegida.
O CDC também afirma que o consumo excessivo de álcool é mais comum entre os adolescentes do que entre os adultos, apesar da idade legal para beber nos EUA ser 21 anos. De acordo com uma pesquisa nacional realizada em 2019, cerca de 7 milhões de jovens entre 12 e 20 anos relataram ter consumido álcool no mês anterior à pesquisa, sendo que 4,2 milhões relataram ter consumido excessivamente.
O estudo dos pesquisadores da Universidade de Illinois em Chicago reforça a necessidade de prevenir e reduzir o consumo excessivo de álcool entre os adolescentes, por meio de políticas públicas, programas educacionais e intervenções familiares. Os pesquisadores também defendem a realização de mais estudos para entender os mecanismos moleculares e celulares envolvidos nas alterações cerebrais causadas pelo álcool na adolescência.
Fonte: Link.
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