Um estudo publicado na revista científica BMJ Oncology revelou que o número de jovens com câncer aumentou 79% em 200 países, de 1990 a 2019.
O câncer precoce, que afeta pessoas entre 15 e 39 anos, é considerado um problema de saúde pública, pois tem impactos físicos, emocionais e socioeconômicos.
Os pesquisadores analisaram dados de mais de 7 milhões de casos de câncer precoce e identificaram os tipos mais comuns, as tendências regionais e as projeções para o futuro. Eles também apontaram os fatores de risco e as possíveis formas de prevenção e tratamento.
Tipos de câncer mais comuns
O estudo mostrou que o câncer de mama foi o tipo mais recorrente no período, representando 16% dos casos. Em seguida, vieram o câncer de traqueia, brônquios e pulmão (12%) e o câncer de próstata (10%). Outros tipos frequentes foram o câncer de colo do útero (7%), o linfoma não Hodgkin (6%) e o melanoma (5%).
Os pesquisadores observaram que houve variações regionais na incidência dos tipos de câncer. Por exemplo, na África Subsaariana, o câncer de colo do útero foi o mais comum, enquanto na Ásia Oriental, o câncer de tireoide foi o mais prevalente. Essas diferenças podem estar relacionadas a fatores genéticos, ambientais e culturais.
Fatores de risco
O estudo indicou que os principais fatores de risco para o câncer precoce são genéticos e hábitos da atualidade, como obesidade, tabagismo, consumo excessivo de álcool e exposição à radiação solar. Além disso, infecções por vírus como o papilomavírus humano (HPV) e o vírus da imunodeficiência humana (HIV) também podem aumentar as chances de desenvolver alguns tipos de câncer.
Os pesquisadores ressaltaram que a prevenção e o diagnóstico precoce são fundamentais para reduzir a mortalidade e melhorar a qualidade de vida dos jovens com câncer. Eles recomendaram que os jovens adotem hábitos saudáveis, como manter uma alimentação equilibrada, praticar atividades físicas, evitar o tabaco e o álcool, usar protetor solar e fazer exames periódicos. Eles também sugeriram que os jovens se vacinem contra o HPV e o HIV, quando disponíveis.
Projeções para 2030
O estudo estimou que o número de novos casos de câncer precoce pode crescer 31% e as mortes podem subir 21%, até 2030. A incidência tende a ser maior na faixa dos 40 anos, especialmente entre as mulheres. Os pesquisadores alertaram que é preciso investir em políticas públicas, pesquisa científica e assistência médica para enfrentar esse desafio.
Eles também destacaram que é necessário dar mais atenção aos aspectos psicossociais dos jovens com câncer, como a autoestima, a sexualidade, a fertilidade, a educação, a carreira e a família. Eles afirmaram que os jovens com câncer precisam de apoio emocional, orientação profissional e acompanhamento multidisciplinar para superar as dificuldades impostas pela doença.