O Parkinson é uma doença neurodegenerativa que afeta milhões de pessoas no mundo e que pode causar tremores, rigidez, lentidão de movimentos e problemas de fala.
Atualmente, não há uma cura para o Parkinson, mas existem tratamentos que podem aliviar os sintomas e melhorar a qualidade de vida dos pacientes. No entanto, para que esses tratamentos sejam eficazes, é preciso diagnosticar a doença o quanto antes, o que nem sempre é fácil.
Felizmente, uma equipe de cientistas brasileiros da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) desenvolveu um sensor barato e portátil que pode identificar o Parkinson em estágio inicial, antes que os sintomas motores se manifestem. O sensor funciona por meio da análise da saliva dos pacientes, que contém biomarcadores da doença, como a proteína alfa-sinucleína. Essa proteína se acumula no cérebro dos pacientes com Parkinson e forma agregados tóxicos que danificam os neurônios responsáveis pelo controle dos movimentos.
O sensor é composto por um chip de silício com eletrodos de ouro que captam a presença da alfa-sinucleína na saliva. O chip é conectado a um dispositivo eletrônico que envia os dados para um aplicativo de celular, que interpreta os resultados e indica se há indícios de Parkinson ou não. O teste leva apenas alguns minutos e pode ser feito em qualquer lugar, sem a necessidade de um laboratório especializado.
Os cientistas testaram o sensor em 65 voluntários, sendo 35 com Parkinson diagnosticado e 30 sem a doença. Os resultados mostraram que o sensor foi capaz de diferenciar os dois grupos com uma precisão de 86%, o que é superior aos métodos convencionais de diagnóstico, que dependem da avaliação clínica dos sintomas motores.
O sensor ainda precisa passar por mais testes clínicos antes de ser disponibilizado para o público, mas os cientistas esperam que ele possa contribuir para o diagnóstico precoce do Parkinson e para o acompanhamento da evolução da doença e da resposta aos tratamentos. Além disso, o sensor pode ser adaptado para detectar outras doenças neurodegenerativas, como o Alzheimer.
Fonte: O Globo
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