Hoje, 25 de janeiro de 2024, marca o quinto aniversário de uma das maiores tragédias da história do Brasil: o rompimento da barragem da Vale em Brumadinho, Minas Gerais, que matou 270 pessoas e deixou três desaparecidas.
A lama de rejeitos de minério de ferro também devastou a área ao redor, contaminando o rio Paraopeba e causando enormes danos ambientais, sociais e econômicos.
Cinco anos depois, as vítimas e os familiares ainda clamam por justiça e por uma indenização justa. A Vale fechou um acordo de R$ 37,68 bilhões com o governo de Minas Gerais para reparar os danos causados pelo rompimento da barragem, mas ninguém foi condenado criminalmente até o momento. Os processos judiciais ainda estão em andamento, e muitos moradores ainda sofrem com os impactos da tragédia em suas vidas.
Para lembrar as vítimas e protestar contra a impunidade, vários atos e homenagens foram realizados em todo o país. Em Brasília, 272 cruzes foram fincadas na Esplanada dos Ministérios, representando cada uma das vítimas. Em Brumadinho, os bombeiros continuam as buscas pelos corpos dos desaparecidos, em uma operação que já dura mais de 1.800 dias. Em várias cidades, foram realizadas missas, vigílias, exposições e manifestações.
A tragédia de Brumadinho é um exemplo de como a mineração pode trazer riscos e prejuízos para as comunidades e para o meio ambiente. Segundo o Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), existem mais de 400 barragens de rejeitos de mineração no Brasil, das quais 45 estão em situação de emergência. O MAB defende que é preciso garantir a segurança das barragens, a fiscalização das empresas e a participação popular nas decisões sobre o uso dos recursos naturais.
A tragédia de Brumadinho também é um alerta para a necessidade de uma transição energética para fontes renováveis e limpas, que não dependam da exploração de minérios e de combustíveis fósseis. O Brasil tem um grande potencial para aproveitar a energia solar, eólica, hidrelétrica e biomassa, que podem gerar empregos, renda e desenvolvimento sustentável para o país.
A tragédia de Brumadinho não pode ser esquecida nem repetida. Cinco anos depois, é preciso que haja justiça, reparação e mudança.