A maioria dos brasileiros tem deficiência ou insuficiência de vitamina D. Essa é a conclusão de um estudo realizado por pesquisadores da Fiocruz Bahia, que analisou os níveis dessa vitamina em moradores de Salvador, São Paulo e Curitiba durante o verão.
Os resultados mostraram que a deficiência de vitamina D é um problema de saúde pública no Brasil, com prevalência próxima a países europeus.
A vitamina D é essencial para a saúde óssea, muscular e imunológica, pois ajuda na absorção do cálcio e na regulação de vários processos celulares. Sua principal fonte é a exposição solar, mas também pode ser obtida por meio de alimentos ou suplementos. A deficiência dessa vitamina pode causar doenças como osteoporose, raquitismo, fraqueza muscular e infecções.
O estudo da Fiocruz Bahia avaliou 1.004 doadores de sangue de ambos os sexos em três cidades brasileiras com diferentes latitudes e climas. Os pesquisadores consideraram como deficiência níveis abaixo de 20 ng/mL e como insuficiência níveis abaixo de 30 ng/mL de vitamina D no sangue. Eles também coletaram dados sobre estilo de vida, fatores sociodemográficos e medidas corporais dos participantes.
Os resultados revelaram que 15,3% dos indivíduos tinham deficiência e 50,9% tinham insuficiência de vitamina D no geral. A prevalência foi maior em São Paulo (20,5% de deficiência e 52,4% de insuficiência) do que em Salvador (12,1% e 47,6%) e Curitiba (12,7% e 52,1%). Além disso, os fatores que se associaram à deficiência de vitamina D foram maior índice de massa corporal (IMC) e maior latitude do local onde o indivíduo vive. Por outro lado, os fatores que se mostraram protetores foram cor da pele branca, maior tempo de exposição solar e uso atual de suplemento dietético.
Os autores do estudo alertam que a deficiência de vitamina D pode ser pior nas cidades como São Paulo e Curitiba durante o inverno, pois o nível dessa vitamina tende a cair 30% nessa época do ano. Eles também sugerem que os gestores públicos promovam ações para incentivar a população a aumentar a atividade física ao ar livre, principalmente em regiões com alta disponibilidade de sol. Além disso, eles defendem que o Brasil adote uma política de fortificação de alimentos com vitamina D, como ocorre em outros países, para evitar a deficiência dessa vitamina em pessoas saudáveis que vivem nos trópicos.
Esse foi o primeiro estudo representativo que investigou os níveis de vitamina D em uma população saudável no Brasil. O trabalho foi publicado no Journal of the Endocrine Society e pode contribuir para o conhecimento sobre a epidemiologia da deficiência dessa vitamina no país e suas implicações para a saúde pública.
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