A demência é um termo genérico que se refere a um conjunto de condições que afetam o funcionamento cognitivo, como a memória, o raciocínio e a linguagem.
Existem vários tipos de demência, cada um com suas características e causas específicas. Um desses tipos é a demência frontotemporal (DFT), que atinge principalmente os lobos frontal e temporal do cérebro.
A DFT é uma forma de demência que causa alterações no comportamento, na comunicação e no movimento das pessoas afetadas. Ela representa cerca de 10 a 20 por cento de todos os casos de demência no mundo, sendo mais comum em adultos jovens entre 45 e 60 anos. A expectativa de vida média após o início dos sintomas é de cerca de seis a oito anos.
Neste post, vamos explicar o que é a DFT, quais são os seus tipos e sintomas, como ela progride ao longo do tempo e quais são as formas de manejar essa doença.
O que é a DFT?
A DFT é uma doença neurodegenerativa que afeta as células nervosas dos lobos frontal e temporal do cérebro. Esses lobos são responsáveis por funções como o planejamento, o julgamento, a personalidade, a linguagem e as emoções. Quando essas células morrem ou se atrofiam, essas funções são prejudicadas.
A causa exata da DFT ainda é desconhecida, mas existem alguns fatores de risco que podem aumentar as chances de desenvolver essa doença. Entre eles estão:
- Histórico familiar: cerca de 40 por cento das pessoas com DFT têm algum parente com a mesma condição ou com alguma outra forma de demência.
- Genética: alguns genes podem estar relacionados à DFT, como o gene MAPT, que codifica uma proteína chamada tau, que se acumula anormalmente nas células nervosas afetadas pela DFT.
- Idade: embora a DFT possa ocorrer em qualquer idade adulta, ela é mais frequente em pessoas entre 45 e 60 anos.
- Sexo: a DFT parece ser mais comum em homens do que em mulheres.
Quais são os tipos e sintomas da DFT?
A DFT pode se manifestar de diferentes formas, dependendo de qual lobo cerebral é afetado primeiro. Existem três tipos principais de DFT:
- Variante comportamental (bvDFT): é o tipo mais comum de DFT, representando cerca de 50 a 60 por cento dos casos. Nesse tipo, o lobo frontal é o mais afetado, causando mudanças no comportamento e na personalidade das pessoas. Os sintomas podem incluir:
- Perda de inibição social: as pessoas podem agir de forma inadequada ou impulsiva em situações sociais, como fazer comentários ofensivos, invadir o espaço alheio ou gastar dinheiro sem controle.
- Apatia: as pessoas podem perder o interesse ou a motivação por atividades que antes gostavam ou eram importantes para elas, como hobbies, trabalho ou família.
- Alterações alimentares: as pessoas podem desenvolver uma preferência por alimentos doces ou gordurosos, comer em excesso ou ter dificuldade para engolir.
- Perda de empatia: as pessoas podem se tornar indiferentes ou insensíveis aos sentimentos ou necessidades dos outros, podendo parecer egoístas ou frias.
- Repetição: as pessoas podem repetir palavras, gestos ou comportamentos sem motivo aparente ou sem perceber.
- Perda de inibição social: as pessoas podem agir de forma inadequada ou impulsiva em situações sociais, como fazer comentários ofensivos, invadir o espaço alheio ou gastar dinheiro sem controle.
- Afasia progressiva primária (APP): é o tipo menos comum de DFT, representando cerca de 20 por cento dos casos. Nesse tipo, o lobo temporal é o mais afetado, causando perda da linguagem e da comunicação. Os sintomas podem incluir:
- Perda do vocabulário: as pessoas podem ter dificuldade para encontrar ou lembrar de palavras, podendo usar termos genéricos ou imprecisos, como “coisa” ou “aquilo”.
- Perda da fluência: as pessoas podem falar de forma lenta, hesitante ou truncada, podendo fazer pausas frequentes ou repetir sons ou sílabas.
- Perda da compreensão: as pessoas podem ter dificuldade para entender o que os outros dizem ou o que leem, podendo ignorar ou responder de forma inadequada às perguntas ou instruções.
- Perda da escrita: as pessoas podem ter dificuldade para escrever ou ler textos, podendo cometer erros ortográficos, gramaticais ou de pontuação.
- Perda do vocabulário: as pessoas podem ter dificuldade para encontrar ou lembrar de palavras, podendo usar termos genéricos ou imprecisos, como “coisa” ou “aquilo”.
- Dificuldades de movimento e mobilidade: é o tipo que pode ocorrer em conjunto com os outros dois tipos de DFT, representando cerca de 30 por cento dos casos. Nesse tipo, os lobos frontal e temporal afetam também as áreas motoras do cérebro, causando problemas no movimento e na coordenação. Os sintomas podem incluir:
- Rigidez: as pessoas podem ter dificuldade para relaxar os músculos, podendo ficar com os braços, as pernas ou o pescoço tensos ou contraídos.
- Tremores: as pessoas podem apresentar tremores involuntários nas mãos, nos braços, nas pernas ou na cabeça, podendo interferir nas atividades diárias.
- Lentidão: as pessoas podem ter dificuldade para iniciar ou executar movimentos, podendo ficar com os gestos lentos ou arrastados.
- Desequilíbrio: as pessoas podem ter dificuldade para manter o equilíbrio ou a postura, podendo cair com frequência ou andar de forma instável.
- Rigidez: as pessoas podem ter dificuldade para relaxar os músculos, podendo ficar com os braços, as pernas ou o pescoço tensos ou contraídos.
Como a DFT progride ao longo do tempo?
A DFT é uma doença progressiva, o que significa que os sintomas tendem a piorar com o passar do tempo. A velocidade e a forma como a DFT progride podem variar de pessoa para pessoa, mas geralmente ela pode ser dividida em três estágios: inicial, intermediário e final.
- Estágio inicial: nesse estágio, os sintomas são sutis e podem ser confundidos com sinais de envelhecimento normal ou com outros transtornos psiquiátricos. As pessoas ainda conseguem realizar algumas atividades diárias, mas podem precisar de ajuda em tarefas mais complexas ou que envolvam planejamento ou julgamento. As mudanças no comportamento e na personalidade podem causar conflitos familiares ou profissionais.
- Estágio intermediário: nesse estágio, os sintomas se intensificam e novos sintomas aparecem. As pessoas passam a ter mais dificuldade para se comunicar, se expressar e se relacionar com os outros. Elas também podem apresentar problemas de memória, atenção e orientação. As dificuldades de movimento e mobilidade se tornam mais evidentes e podem afetar a capacidade de andar, se vestir ou se alimentar. As pessoas precisam de mais apoio e supervisão nas atividades diárias e podem necessitar de cuidados domiciliares ou institucionais.
- Estágio final: nesse estágio, os sintomas se agravam e afetam todas as áreas do funcionamento cognitivo. As pessoas perdem quase totalmente a capacidade de falar, entender, reconhecer ou interagir com os outros. Elas também perdem a memória de fatos recentes e antigos e podem não saber onde estão ou quem são. As dificuldades de movimento e mobilidade se acentuam e podem causar incontinência urinária e fecal, infecções respiratórias ou úlceras de pressão. As pessoas dependem totalmente dos cuidadores para todas as suas necessidades básicas e podem necessitar de cuidados paliativos.
Como lidar com a DFT?
A DFT é uma doença incurável, o que significa que não há um tratamento que possa reverter ou parar a sua progressão. No entanto, existem formas de manejar os sintomas e melhorar a qualidade de vida das pessoas afetadas pela DFT e dos seus familiares e cuidadores.
Algumas dessas formas são:
- Medicamentos: alguns medicamentos podem ajudar a aliviar alguns sintomas da DFT, como antidepressivos, antipsicóticos, estabilizadores de humor ou anticonvulsivantes. Esses medicamentos devem ser prescritos e acompanhados por um médico especialista, pois podem ter efeitos colaterais ou interações com outros remédios.
- Terapias: algumas terapias podem ajudar a estimular as habilidades cognitivas, comunicativas e sociais das pessoas com DFT, como a terapia ocupacional, a terapia da fala, a terapia cognitivo-comportamental ou a musicoterapia. Essas terapias devem ser realizadas por profissionais qualificados e adaptadas às necessidades e preferências de cada pessoa.
- Cuidados paliativos: os cuidados paliativos são uma abordagem que visa aliviar o sofrimento físico, emocional e espiritual das pessoas com doenças graves e incuráveis, como a DFT. Os cuidados paliativos envolvem uma equipe multidisciplinar que oferece suporte médico, psicológico, social e espiritual às pessoas com DFT e aos seus familiares e cuidadores. Os cuidados paliativos podem ser iniciados em qualquer estágio da doença e podem ser realizados em casa, em hospitais ou em instituições especializadas.
- Apoio familiar e social: o apoio familiar e social é fundamental para lidar com a DFT, pois essa doença afeta não só as pessoas que a têm, mas também as que convivem com elas. O apoio familiar e social pode incluir:
- Informação: é importante buscar informações sobre a DFT, seus sintomas, sua progressão e suas formas de manejo, para entender melhor a doença e saber como agir em cada situação.
- Comunicação: é importante manter uma comunicação clara, respeitosa e empática com as pessoas com DFT, usando estratégias que facilitem a compreensão e a expressão, como gestos, imagens ou objetos.
- Adaptação: é importante adaptar o ambiente físico e social às necessidades e limitações das pessoas com DFT, proporcionando segurança, conforto e estímulo, como iluminação adequada, objetos familiares ou atividades prazerosas.
- Cuidado: é importante cuidar das pessoas com DFT com carinho, paciência e respeito, respeitando sua individualidade, sua dignidade e seus direitos, como o direito à privacidade, à autonomia e à participação.
- Auto-cuidado: é importante cuidar de si mesmo, buscando formas de aliviar o estresse, a ansiedade e a tristeza que podem surgir ao lidar com a DFT, como praticar exercícios físicos, ter hobbies, fazer terapia ou participar de grupos de apoio.
- Informação: é importante buscar informações sobre a DFT, seus sintomas, sua progressão e suas formas de manejo, para entender melhor a doença e saber como agir em cada situação.
A DFT é uma doença desafiadora que requer atenção e dedicação de todos os envolvidos. Por isso, é essencial buscar ajuda profissional e apoio familiar e social para enfrentar essa situação da melhor forma possível.
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