Uma dieta que combina elementos das dietas mediterrânea e DASH pode ajudar a preservar a função cognitiva na velhice, independentemente das alterações patológicas no cérebro.
É o que sugere um estudo publicado na revista científica Alzheimer’s & Dementia.
Os pesquisadores analisaram os dados de 569 idosos que participaram do Rush Memory and Aging Project, um estudo longitudinal que acompanhou o envelhecimento e a doença de Alzheimer dos participantes até a morte. Eles avaliaram a adesão dos participantes à dieta MIND, um acrônimo em inglês para Dieta Mediterrânea-DASH para Intervenção na Neurodegeneração, que enfatiza o consumo de alimentos como vegetais folhosos, frutas vermelhas, nozes, peixes, aves e azeite.
Os pesquisadores também mediram a presença e a extensão de diferentes tipos de patologia cerebral nos participantes, como placas amiloides, emaranhados neurofibrilares, infartos e atrofia. Além disso, eles avaliaram o desempenho cognitivo dos participantes em diversos domínios, como memória, atenção, linguagem e raciocínio.
Os resultados mostraram que uma maior adesão à dieta MIND estava associada a uma melhor cognição e a um menor declínio cognitivo ao longo do tempo, independentemente do nível de patologia cerebral. A dieta MIND não estava associada a nenhuma medida de patologia cerebral. Os autores concluíram que a dieta MIND pode contribuir para a resiliência cognitiva dos idosos, ou seja, a capacidade de manter a função cognitiva apesar das alterações cerebrais relacionadas à idade.
O estudo sugere que a dieta MIND pode ter benefícios para a saúde cerebral por meio de mecanismos que não envolvem a redução da patologia cerebral. Por exemplo, a dieta MIND pode melhorar o fluxo sanguíneo cerebral, reduzir o estresse oxidativo e inflamatório, modular o microbioma intestinal e proteger as células nervosas.
Os pesquisadores ressaltam que o estudo tem limitações, como o fato de que os participantes eram predominantemente brancos e de alto nível socioeconômico e educacional, o que pode limitar a generalização dos resultados para outras populações. Além disso, eles reconhecem que a dieta MIND é apenas um dos vários fatores que podem influenciar a resiliência cognitiva, e que são necessários mais estudos para entender os mecanismos pelos quais essa dieta pode afetar o cérebro.
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