A bancada evangélica parece não ter compaixão pelos pacientes que lutam contra doenças debilitantes e que poderiam encontrar alívio na maconha medicinal.
Esse grupo de parlamentares conservadores é contra a legalização da maconha, pois acha que ela vai contra os valores morais e sociais que eles defendem. Eles têm impedido o avanço de propostas nesse sentido, usando seu poder político. Mesmo com mudanças na política, a bancada evangélica não muda sua posição, mostrando a complexa relação entre política, religião e legislação no Brasil.
Colocar dogmas religiosos acima do bem-estar da população é inaceitável. A bancada evangélica deveria se concentrar em ajudar os necessitados, não em impor suas crenças pessoais à toda a sociedade.
O uso de plantas como recurso terapêutico transcende barreiras de gênero, raça e classe social. Todos já recorremos, em algum momento, a essa rica fonte de cura. Mas por que, se comprovadamente eficazes no tratamento de diversas doenças, algumas espécies são amplamente utilizadas, enquanto outras são julgadas e até mesmo proibidas, mesmo com potencial comprovado e alta lucratividade?
Imagine um cenário: você sofre de uma doença grave, como epilepsia ou esclerose tuberosa. As medicações tradicionais não funcionam ou causam efeitos colaterais terríveis. Surge então uma esperança: a maconha medicinal. Mas, ao buscar essa alternativa, você se depara com uma dura realidade: no Brasil, a maconha ainda é proibida.
Essa situação gera questionamentos: por que uma planta com potencial comprovado para aliviar o sofrimento de milhares de pessoas ainda é considerada ilegal?
A ciência por trás da maconha medicinal
Anos de pesquisas científicas comprovam que a Cannabis sativa, a planta da maconha, possui diversas propriedades medicinais. Entre seus benefícios, podemos destacar:
– Redução de convulsões em pacientes com epilepsias graves, como a síndrome de Dravet e a síndrome de Lennox-Gastaut.
– Alívio de náuseas e vômitos em pacientes em tratamento quimioterápico.
– Melhora na qualidade do sono para pessoas com insônia crônica.
– Diminuição da dor crônica, especialmente em casos de artrite, fibromialgia e neuropatia diabética.
– Auxílio no tratamento de doenças neurodegenerativas, como Alzheimer e Parkinson.
É importante ressaltar que a maconha medicinal possui um baixo potencial deletério, ou seja, causa menos efeitos colaterais do que outros medicamentos utilizados para as mesmas doenças.
Apesar das evidências científicas, o Brasil ainda patina na legalização da maconha medicinal. A lei brasileira classifica a planta como droga ilícita, o que significa que sua produção, venda e porte são proibidos.
Essa situação gera diversos desafios para os pacientes que buscam tratamento com a cannabis medicinal. Muitos precisam recorrer à justiça para obter autorização para importar o medicamento ou cultivar a planta em casa. Outros, menos afortunados, acabam se submetendo ao mercado negro, com sérios riscos para sua saúde e segurança.
Apesar da incerteza que rodeia o uso medicinal da cannabis no Brasil, há motivos para otimismo, indicando uma perspectiva favorável para a regulação da planta para propósitos terapêuticos. Um exemplo é a iniciativa pioneira da Ease Labs Pharma, empresa privada que já cultiva e produz cannabis medicinal em território nacional. A partir de maio de 2024, um marco histórico será alcançado: o SUS de São Paulo dará início à oferta do medicamento para pacientes que sofrem com as síndromes de Dravet, Lennox-Gastaut e esclerose tuberosa.
Apesar desse avanço significativo, ainda há um longo caminho a ser trilhado. A legalização da cannabis medicinal precisa ser expandida para abranger o tratamento de outras doenças, e o acesso a essa terapia inovadora deve ser facilitado para todos os pacientes que necessitam dela. Ignorar as pesquisas científicas que demonstram a eficácia da cannabis no tratamento de diversas doenças é um desserviço à saúde pública.
É fundamental superar os preconceitos existentes e seguir as diretrizes da ciência, abrindo caminho para um futuro mais promissor e aliviado para milhares de pessoas que sofrem com doenças graves.