Um estudo internacional, que envolveu mais de 99 milhões de pessoas vacinadas em oito países, incluindo o Brasil, confirmou a segurança e a eficácia das vacinas contra a covid-19.
O estudo, publicado em uma revista científica, é considerado o maior do tipo já feito até o momento e analisou três tipos de vacinas: de RNA mensageiro (mRNA), de vetor viral e de vírus inativado.
Os pesquisadores da Global Vaccine Data Network (GVDN), grupo sediado na Nova Zelândia, avaliaram os possíveis efeitos adversos das vacinas, comparando os dados das pessoas vacinadas com os de pessoas não vacinadas. Eles encontraram alguns riscos raros já conhecidos, como inflamação do coração, distúrbio autoimune e coágulo no cérebro, mas também reforçaram que esses riscos são muito menores do que os da infecção pelo coronavírus, que pode causar complicações graves e até a morte.
Além disso, os pesquisadores destacaram que as vacinas são muito eficazes para prevenir a covid-19, especialmente as formas mais graves da doença, e que os benefícios da vacinação superam quaisquer riscos potenciais. Eles também ressaltaram a importância da vigilância contínua da segurança das vacinas e da comunicação transparente dos dados, para garantir a confiança da população e combater a desinformação.
O estudo contou com a participação de pesquisadores de diversos países, como Estados Unidos, Reino Unido, Israel, Canadá, Dinamarca, Catar, Chile e Brasil. No Brasil, os dados foram fornecidos pelo Ministério da Saúde e pelo Instituto Butantan, que produz a vacina CoronaVac, de vírus inativado.
A pesquisadora Helen Petousis-Harris, PhD em Vacinologia, professora associada da Escola de Saúde da População da Universidade de Auckland e co-diretora da GVDN responsável por liderar a equipe, disse que o estudo é uma contribuição importante para a ciência e para a saúde pública. “Esse tipo de estudo pode mostrar o momento dos eventos adversos em relação ao recebimento de uma vacina, mas não pode provar se um evento é causado por uma vacina ou não. Por isso, são necessárias investigações adicionais para confirmar associações e avaliar o significado clínico dos resultados encontrados. O estudo apoia a segurança geral dessas vacinas, que são muito eficazes e os riscos pela infecção são muito maiores”, disse.
Em nota, o Centro de Controle de Doenças (CDC) dos Estados Unidos, que participou do estudo junto com a GVDN, disse que o resultado confirma o que já se sabe: “A vacinação continua a ser a estratégia mais segura e fiável para desenvolver imunidade e proteção contra a covid-19, com milhares de milhões de doses entregues com segurança em todo o mundo e milhões de vidas salvas” e que “os benefícios da vacinação contra a covid-19 continuam a superar quaisquer riscos potenciais”, uma vez que as reações graves permanecem raras.