Você sabia que existe uma forma de pressão alta que não responde bem aos medicamentos comuns? Ela se chama hipertensão resistente aparente (aRH, na sigla em inglês) e afeta quase 10% dos pacientes hipertensos, segundo um novo estudo do Smidt Heart Institute no Cedars-Sinai, nos Estados Unidos.
Esse tipo de hipertensão requer mais medicação e controle médico, pois aumenta o risco de eventos cardiovasculares adversos, como infarto e derrame.
O estudo, publicado na revista Hypertension, usou dados dos registros eletrônicos de saúde de três grandes organizações de saúde geograficamente diversas para analisar a prevalência, causas e tratamento da aRH. Os pesquisadores descobriram que os pacientes com aRH controlada tinham mais probabilidade de ser tratados com um medicamento comum chamado antagonista do receptor mineralocorticoide (MRA), enquanto os pacientes com aRH não controlada tinham mais probabilidade de ser tratados com quatro ou mais medicamentos anti-hipertensivos.
Mas o que é a hipertensão resistente aparente e como ela se diferencia da hipertensão comum? A aRH é definida como a persistência da pressão arterial elevada, mesmo após o uso de três ou mais classes de medicamentos anti-hipertensivos em doses adequadas, incluindo um diurético. Porém, antes de diagnosticar a aRH, é preciso descartar outras possíveis causas para a pressão alta, como:
- Falta de adesão ao tratamento
- Escolha inadequada dos medicamentos
- Pressão alta artificial no consultório médico (síndrome do jaleco branco)
- Doenças secundárias que afetam os rins, as glândulas adrenais ou as artérias renais
- Uso de substâncias que elevam a pressão arterial, como álcool, cafeína, anti-inflamatórios ou drogas ilícitas
Por isso, o termo “aparente” é usado para indicar que nem sempre se trata de uma verdadeira resistência aos medicamentos, mas sim de uma dificuldade em controlar a pressão arterial por outros fatores. Nesses casos, é importante investigar e tratar as causas subjacentes, além de ajustar o esquema terapêutico.
O estudo do Smidt Heart Institute mostrou que o uso de um MRA pode ser uma estratégia eficaz para controlar a aRH. Os MRA são medicamentos que bloqueiam os efeitos dos hormônios aldosterona e cortisol nos rins, reduzindo a retenção de sódio e água e diminuindo a pressão arterial. Eles são indicados para pacientes com hiperaldosteronismo primário, uma doença que causa excesso de produção de aldosterona pelas glândulas adrenais e é uma das causas secundárias de hipertensão.
Os pesquisadores observaram que os pacientes com aRH controlada eram mais propensos a receber um MRA do que os pacientes com aRH não controlada (34% versus 11%, respectivamente). Além disso, eles notaram que havia grandes diferenças na forma como os profissionais da área médica tratavam a hipertensão resistente aparente, evidenciando uma necessidade de padronizar os cuidados.
A padronização dos cuidados envolve seguir as diretrizes baseadas em evidências para o diagnóstico e tratamento da hipertensão resistente aparente. Essas diretrizes incluem:
- Confirmar a medida correta da pressão arterial no consultório e fora dele (por meio da monitorização ambulatorial ou residencial)
- Avaliar a adesão do paciente ao tratamento e orientá-lo sobre as possíveis barreiras e soluções
- Revisar os medicamentos prescritos e verificar se estão nas doses adequadas e se há interações medicamentosas
- Prescrever um diurético como parte do esquema terapêutico
- Investigar e tratar as causas secundárias de hipertensão, se houver
- Considerar o uso de um MRA como quarto medicamento, se não houver contraindicações
- Encaminhar o paciente para um especialista em hipertensão, se necessário
A conscientização dos profissionais e dos pacientes sobre a hipertensão resistente aparente é fundamental para melhorar o controle da pressão arterial e prevenir complicações cardiovasculares. Os pacientes devem conversar com seus médicos sobre as estratégias para lembrar de tomar os medicamentos e relatar os possíveis efeitos colaterais. Os médicos devem estar atentos ao fato de que se forem necessários quatro ou mais medicamentos anti-hipertensivos para controlar a pressão arterial do paciente, eles devem considerar a avaliação de causas alternativas de hipertensão ou encaminhar o paciente para um especialista.
Tratar pacientes com problemas cardíacos complexos como a aRH é uma das especialidades do Smidt Heart Institute, que recentemente recebeu a Certificação de Centro de Hipertensão Abrangente da American Heart Association. Essa certificação reconhece o compromisso do instituto em seguir as diretrizes baseadas em evidências para cuidar de pessoas com hipertensão complexa ou de difícil tratamento.
“Essa certificação, aliada à nossa experiência clínica e de pesquisa em doenças hipertensivas, serve como um selo de excelência”, disse Christine M. Albert, MD, MPH, presidente do Departamento de Cardiologia e titular da Cátedra Distinta Lee e Harold Kapelovitz em Cardiologia. “Esses esforços sinalizam aos pacientes, profissionais da área médica e à comunidade que o Smidt Heart Institute está comprometido em oferecer cuidados abrangentes e baseados em evidências para a hipertensão.”
Fonte: Link 1.
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