A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) anunciou que vai apoiar a recuperação da capacidade produtiva da vacina BCG no Brasil, que está paralisada há mais de um ano. A vacina protege contra a tuberculose e é uma das primeiras que os bebês devem tomar ao nascer. A Fiocruz vai atuar em duas frentes: finalizar a construção…
A vacina BCG era produzida pela Fundação Ataulfo de Paiva (FAP), única no país a fabricar o imunizante, mas a fábrica em São Cristóvão (RJ) foi interditada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em 2022. Desde então, o Ministério da Saúde vem importando a vacina por meio do Fundo Rotatório da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas).
Segundo o presidente da Fiocruz, Mario Moreira, é fundamental para o país e o Sistema Único de Saúde (SUS) a retomada da produção nacional da vacina BCG. “E a Fiocruz, como instituição estratégica de Estado no campo da saúde, tem o papel de apoiar e operacionalizar de forma concreta as demandas do Ministério da Saúde. Vamos colocar a nossa capacidade técnico-científica e experiência de gestão a serviço da FAP para que ela possa retomar suas condições de produção e voltar a fornecer essa vacina tão importante para o SUS”, afirmou.
Para isso, a Fiocruz, por meio do Instituto de Biologia Molecular do Paraná (IBMP) e com apoio do Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos/Fiocruz), assinou um termo de manutenção e apoio à FAP e assumiu o seu controle institucional. O IBMP também investirá na finalização da planta fabril em Xerém, que deverá levar de dois a três anos para ser concluída e certificada pela Anvisa. Com a nova fábrica pronta, a produção nacional da BCG será retomada no país.
Enquanto isso, na estratégia de curto prazo, a Fiocruz já iniciou a negociação com uma fábrica na cidade de Vigo, na Espanha, que teria condições imediatas para operar a produção da vacina BCG da FAP. “Não se trata de importar vacina de outro fabricante. É mesma vacina BCG da FAP que, em vez de ser produzida na planta de São Cristóvão, seria produzida em uma fábrica contratada na Espanha. Estaríamos apenas transferindo temporariamente a produção para um novo local, até a planta de Xerém estar finalizada”, explicou o diretor-presidente do IBMP, Pedro Barbosa.
Para que a solução temporária aconteça, ainda será necessário que a Anvisa realize a inspeção do novo local de fabricação com vistas à obtenção da certificação de boas práticas. A expectativa é que as vacinas possam ser entregues a partir do segundo semestre de 2024.
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