O glioblastoma é um tipo de câncer cerebral que rouba as capacidades mentais das pessoas à medida que se espalha pelo cérebro. É uma doença de difícil tratamento, que tem resistido aos mais modernos e sofisticados tipos de drogas anticâncer.
Mas uma nova descoberta pode abrir uma esperança para os pacientes com essa condição.
Cientistas da Universidade da Califórnia em São Francisco (UCSF) descobriram que a atividade neural nos tumores de glioblastoma pode reestruturar as conexões no tecido cerebral ao redor, causando o declínio cognitivo associado à doença. Eles também descobriram que a gabapentina, um medicamento comumente usado para prevenir convulsões, poderia bloquear essa atividade que causa o crescimento do tumor em camundongos com glioblastoma.
A gabapentina é um remédio barato e amplamente disponível, que já tem sua segurança comprovada em humanos. Os pesquisadores esperam que ele possa ser usado como uma terapia adjuvante para os pacientes com glioblastoma, reduzindo a progressão da doença e melhorando sua qualidade de vida.
Mas como a gabapentina pode agir contra o glioblastoma? Para entender isso, é preciso saber que os tumores cerebrais são alimentados por um ciclo de retroalimentação positiva. Ele começa quando as células cancerosas produzem substâncias que podem agir como neurotransmissores. Esse excesso de neurotransmissores estimula os neurônios a se tornarem hiperativos, o que por sua vez estimula o crescimento das células cancerosas.
A gabapentina é capaz de bloquear os receptores dos neurotransmissores nas células nervosas, impedindo que elas sejam ativadas pelo excesso de substâncias produzidas pelo tumor. Dessa forma, ela interrompe o ciclo de retroalimentação positiva e diminui a expansão do glioblastoma.
Os cientistas testaram essa hipótese em camundongos com glioblastoma e observaram que a gabapentina reduziu significativamente o tamanho do tumor e a formação de novas conexões entre as células cancerosas. Eles também recrutaram voluntários que aguardavam cirurgia para glioblastoma cujos tumores haviam infiltrado a região cerebral que controla a fala. Eles colocaram uma grade de pequenos eletrodos na superfície da região da fala, mostraram aos voluntários imagens e pediram-lhes que nomeassem o que viam. Eles descobriram que as regiões do cérebro infiltradas pelo tumor usavam uma rede neural mais ampla para identificar o que estavam vendo, indicando uma perda de poder de processamento de informações nessa área do cérebro.
Os pesquisadores esperam que a gabapentina possa ajudar a preservar as funções cognitivas dos pacientes com glioblastoma, além de retardar o crescimento do tumor. Eles pretendem realizar ensaios clínicos para testar a eficácia e a segurança do medicamento nessa população.
O estudo foi publicado na revista Nature e abre uma nova direção para a pesquisa sobre uma doença que precisa de uma vitória.
Fonte: Link.
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