Seis militantes de movimentos sociais, ligados à Via Campesina, iniciam nesta segunda-feira uma greve de fome por tempo indeterminado pela liberdade do ex-presidente Lula, preso há mais de 100 dias em Curitiba. Sputnik conversou com Frei Sérgio Görjen, um dos participantes da ação.
A greve de fome foi anunciada nesta segunda-feira durante uma coletiva de imprensa em Brasília.
“Temos data para começar, mas quem vai dizer quando encerramos são os ministros do Supremo Tribunal Federal”, afirmou o frei Sérgio Görjen, do Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA).
Ele disse ainda que a responsabilidade por qualquer dano que venha a acontecer com qualquer um dos grevistas será de Sergio Moro e dos desembargadores do TRF-4, que condenaram Lula sem crime e sem prova.
Frei Sérgio, um dos integrantes do grupo que deixará de comer em nome da libertação de Lula, também conversou com Sputnik Brasil.
“O direito do voto está sendo roubado dos brasileiros. Porque os brasileiros não podem escolher e votar naquele que eles acham ser o melhor para o país voltar a ter dignidade. Por isso declaramos greve de fome”, disse o interlocutor da Sputnik.
“E o STF poderá determinar o fim dessa greve de fome. Se acontecer algo de grave com algum de nós, os responsáveis são os seis ministros do STF”, disse Frei Sérgio, afirmando que está nas mãos desses juízes do STF a liberação de Lula, para que ele possa responder o processo em liberdade.
Além de Frei Sérgio, estarão em greve de fome Jaime Amorim, do MST de Pernambuco; Vilmar Pacífico, do MST do Paraná; Zonália Santos, do MST de Rondônia; Luiz Gonzaga Silva, o Gegê, da Central dos Movimentos Populares de São Paulo; e Rafaela Alves, do MPA de Sergipe. O grupo irá todos os dias ao STF, onde será montada uma tenda de apoio no estacionamento, mas ficará também alojado no Centro Cultural de Brasília, na 601 norte.
A greve de fome faz parte de uma série de atividades que serão realizadas até o dia 15 de agosto, quando será registrada a candidatura de Lula à Presidência da República, pelo PT.
Lula foi condenado a 12 anos e 1 mês de prisão pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro no caso do triplex em Guarujá (SP) e teve a pena executada pelo juiz federal Sergio Moro após o fim dos recursos na segunda instância da Justiça, conforme definiu o STF. Ele está preso na superintendência da Polícia Federal (PF) em Curitiba.