Uma prática ilegal e perigosa vem se tornando cada vez mais comum no Brasil: a venda de receitas para que pessoas consigam comprar remédios para o Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH).
Essa prática é considerada um crime e pode levar à prisão por tráfico de drogas. Entenda o que são esses remédios, como eles devem ser usados e quais são os riscos de comprá-los sem orientação médica.
O que são os remédios para TDAH?
O TDAH é um distúrbio neurobiológico que afeta cerca de 5% das crianças e adolescentes e 2,5% dos adultos no mundo. As pessoas com TDAH têm dificuldade para se concentrar, ficar paradas, organizar tarefas e controlar impulsos. Esses sintomas podem prejudicar o desempenho escolar, profissional e social, além de causar baixa autoestima, ansiedade e depressão.
O tratamento do TDAH envolve uma abordagem multidisciplinar, que inclui psicoterapia, orientação familiar, educação especial e, em alguns casos, medicamentos. Os medicamentos mais usados para o TDAH são o metilfenidato e a atomoxetina, que atuam no sistema nervoso central, aumentando a disponibilidade de neurotransmissores como a dopamina e a noradrenalina. Essas substâncias são responsáveis por regular a atenção, a memória, a motivação e o humor.
Os medicamentos para o TDAH podem melhorar significativamente a qualidade de vida das pessoas que sofrem com o transtorno, mas também podem causar efeitos colaterais como insônia, perda de apetite, dor de cabeça, náusea, irritabilidade e taquicardia. Além disso, esses medicamentos podem provocar dependência física e psíquica se usados de forma inadequada ou abusiva.
Como comprar os remédios para TDAH?
Os medicamentos para o TDAH são controlados pela legislação e pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). Isso significa que eles só podem ser vendidos com receita médica válida, que deve conter o nome completo e o endereço do paciente, o endereço do estabelecimento onde a consulta foi realizada, a data da emissão, a assinatura e o carimbo do médico, o nome do medicamento, a posologia e a duração do tratamento. Essas receitas têm um prazo de validade de 30 dias corridos e uma via fica retida na farmácia. A farmácia deve enviar semanalmente relatórios à ANVISA sobre os medicamentos controlados vendidos.
Com a pandemia de Covid-19, surgiu a possibilidade de usar receitas digitais para comprar medicamentos controlados. Nesse caso, o médico prescreve a receita em um sistema eletrônico e comprova esse documento por meio de uma assinatura eletrônica certificada. Essa receita é enviada ao paciente por e-mail, WhatsApp ou SMS. O paciente pode comprar seus medicamentos pelo link recebido, sem ter que sair de casa ou imprimir a receita.
Quais são os riscos de comprar os remédios para TDAH sem receita?
Algumas pessoas procuram comprar os remédios para o TDAH sem ter a doença ou sem seguir as orientações médicas. Elas podem fazer isso por curiosidade, por pressão social ou por acreditar que esses medicamentos podem melhorar seu desempenho cognitivo ou físico. No entanto, essa atitude pode trazer sérios riscos à saúde e à segurança.
Primeiramente, comprar os remédios para o TDAH sem receita é ilegal e pode ser enquadrado como tráfico de drogas. A pena para esse crime varia de 5 a 15 anos de reclusão e multa. Além disso, quem vende as receitas sem critério médico pode ser denunciado ao Conselho Regional de Medicina e ao Ministério Público, podendo perder o registro profissional e responder por crime contra a saúde pública.
Em segundo lugar, usar os remédios para o TDAH sem necessidade ou sem acompanhamento médico pode causar danos à saúde física e mental. O uso indevido desses medicamentos pode levar à dependência, à tolerância, à síndrome de abstinência, à overdose e até à morte. Além disso, o uso recreativo desses medicamentos pode provocar alterações de humor, de personalidade, de comportamento e de percepção da realidade. Essas mudanças podem afetar negativamente as relações interpessoais, familiares, profissionais e acadêmicas das pessoas que usam esses medicamentos.
Portanto, é importante respeitar as normas e as orientações médicas para comprar e usar os remédios para o TDAH. Esses medicamentos são indicados apenas para as pessoas que realmente têm o transtorno e que precisam deles para melhorar sua qualidade de vida. Quem usa esses medicamentos sem receita ou sem necessidade está colocando em risco sua saúde, sua segurança e sua liberdade.