Pesquisadores da Universidade de Sussex identificam proteína (PANK4) como um obstáculo que impede as células cancerígenas de responderem ao tratamento quimioterápico para glioblastoma
Uma nova pesquisa da Universidade de Sussex pode ajudar a aumentar a expectativa de vida e melhorar o tratamento para um câncer cerebral agressivo, que afeta milhares de pessoas por ano no Reino Unido e centenas de milhares em todo o mundo.
No estudo, publicado na revista Advanced Science, os pesquisadores descobriram que uma proteína pouco estudada, chamada PANK4, é capaz de bloquear as células cancerígenas de responderem ao tratamento quimioterápico para o glioblastoma, um câncer cerebral altamente invasivo.
Os cientistas de Sussex demonstraram que, se a proteína for removida, as células cancerígenas respondem melhor ao principal medicamento quimioterápico usado globalmente para o tratamento do glioblastoma.
O professor Georgios Giamas, professor de sinalização celular do câncer na Universidade de Sussex, explica:
“O glioblastoma é um câncer cerebral devastador, e os pesquisadores estão trabalhando duro para identificar formas de retardar a progressão da doença e combater a resistência das células ao tratamento. Como esta é a primeira vez que o PANK4 é relacionado ao glioblastoma, o próximo passo é desenvolver um medicamento que vise essa proteína para tentar reverter a quimiorresistência e restaurar a sensibilidade, garantindo que os pacientes recebam o melhor tratamento e tenham melhores resultados.”
O glioblastoma é uma das formas mais agressivas de câncer cerebral.
Aproximadamente 3.200 adultos são diagnosticados com a doença a cada ano no Reino Unido, e cerca de 250.000 a 300.000 em todo o mundo, com uma taxa de sobrevivência de apenas um a 18 meses após o diagnóstico.
Após a cirurgia para remover o tumor, os pacientes com glioblastoma são normalmente tratados com radiação e o medicamento quimioterápico temozolomida.
Embora os pacientes respondam inicialmente bem ao medicamento, as células cancerígenas rapidamente desenvolvem resistência a esse tratamento.
A equipe da Universidade de Sussex liderou uma equipe de pesquisa internacional para entender as possíveis razões para essa resistência, ajudando a orientar futuras terapias para melhorar a qualidade de vida e aumentar a expectativa de vida daqueles com glioblastoma.
A equipe identificou uma proteína chamada PANK4 que, quando removida das células cancerígenas, pode levar à morte das células e viu os pacientes responderem melhor à temozolomida.
Relacionado a isso, os pesquisadores descobriram que os pacientes que expressam altos níveis da proteína PANK4 têm taxas de sobrevivência mais baixas.
A Dra. Viviana Vella, pesquisadora da Universidade de Sussex, explica:
“Existem inúmeras proteínas subinvestigadas que podem ter grande potencial para intervenção terapêutica. Nosso estudo lança luz sobre essa proteína pouco estudada, PANK4, revelando um papel protetor nas células cancerígenas resistentes à temozolomida. Em última análise, a depleção de PANK4 representa uma vulnerabilidade que agora pode ser explorada para restaurar a sensibilidade ao medicamento e melhorar o tratamento.”
Este estudo contribui para um conjunto de pesquisas inovadoras dos pesquisadores de Sussex, que se concentra no diagnóstico precoce e tratamento do glioblastoma.
O grupo de pesquisa agora espera desenvolver um medicamento que reverta a quimiorresistência e melhore a perspectiva para os pacientes.
A Sra. Charley Cranmer, diretora de captação de recursos e comunicações da Action Against Cancer, que financiou a pesquisa, acrescenta:
“A Action Against Cancer tem muito orgulho de ter financiado esta pesquisa inovadora que oferece tanta esperança para os pacientes com este tipo de câncer cerebral agressivo.”
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