Uma nova versão da vacina da Moderna contra a Covid-19, que visa proteger as pessoas de uma variante do vírus que surgiu na África do Sul, mostrou resultados promissores em um estudo clínico com humanos.
A vacina atualizada, chamada de mRNA-1273.351, aumentou os níveis de anticorpos, uma parte importante do sistema imunológico, para a variante BA.2.86 em quase nove vezes, segundo a empresa.
A variante BA.2.86 tem muitas mutações que podem torná-la mais contagiosa e resistente às vacinas existentes. Ela já foi detectada em mais de 20 países, incluindo o Brasil.
A Moderna disse que sua vacina original, que já está sendo usada em vários países, também é eficaz contra a variante BA.2.86, mas em um grau menor.
Por isso, a empresa desenvolveu uma nova versão da vacina, que pode ser usada como um reforço para aumentar a proteção contra as novas cepas do vírus.
O estudo clínico envolveu 40 pessoas que já tinham recebido duas doses da vacina original da Moderna. Elas receberam uma terceira dose da vacina atualizada ou de uma combinação das duas versões.
Os resultados mostraram que a vacina atualizada provocou uma resposta imune mais forte contra a variante BA.2.86 do que a vacina original.
A Moderna disse que os efeitos colaterais da vacina atualizada foram semelhantes aos da vacina original, como dor no braço, fadiga e dor de cabeça.
A empresa disse que vai enviar os dados para a Food and Drug Administration (FDA), a agência reguladora de medicamentos dos Estados Unidos, para obter autorização para usar a vacina atualizada.
Outra empresa que produz vacinas contra a Covid-19, a Pfizer, também disse que sua vacina atualizada, feita em parceria com a BioNTech, provocou uma “forte resposta de anticorpos neutralizantes” contra a variante BA.2.86, em um estudo pré-clínico não publicado.
As vacinas da Moderna e da Pfizer usam uma tecnologia chamada de RNA mensageiro (mRNA), que ensina as células do corpo a produzir proteínas que imitam o vírus e estimulam o sistema imunológico.
Os especialistas dizem que as vacinas de mRNA são mais fáceis de adaptar às novas variantes do vírus do que as vacinas tradicionais, que usam vírus inativados ou enfraquecidos.
A Covid-19 é uma doença respiratória causada pelo novo coronavírus, que surgiu na China no final de 2019 e se espalhou pelo mundo.
Até agora, mais de 220 milhões de pessoas foram infectadas pelo vírus e mais de 4,5 milhões morreram, segundo dados da Universidade Johns Hopkins.
As vacinas são consideradas uma das principais formas de prevenir e controlar a pandemia, mas ainda há desafios para produzi-las e distribuí-las para todos os países e populações.