Cientistas da Universidade Estadual de Washington (WSU) desenvolveram um modelo de inteligência artificial (IA) que pode identificar doenças em imagens de tecidos humanos e animais de forma rápida e precisa.
Esse novo sistema, baseado em uma tecnologia chamada “aprendizado profundo”, consegue realizar em minutos o que normalmente levaria horas para um especialista humano. A descoberta promete acelerar pesquisas médicas e melhorar o diagnóstico de doenças graves, como o câncer.
Como Funciona a IA na Detecção de Doenças
O modelo de IA foi treinado para reconhecer sinais de doenças em imagens de tecido — como aquelas usadas para biópsias. Essas imagens de tecidos são feitas a partir de amostras retiradas do corpo, que são examinadas para detectar doenças. A IA é capaz de analisar essas imagens, identificando áreas problemáticas de forma muito mais rápida do que um patologista, que é o profissional que normalmente faz esse trabalho manualmente.
A tecnologia usa um método avançado chamado aprendizado profundo, que tenta imitar o funcionamento do cérebro humano. A IA é composta por uma rede de “neurônios” artificiais que se conectam, como acontece no cérebro. Quando a IA comete um erro, ela “aprende” com isso, ajustando automaticamente suas conexões para melhorar suas futuras análises.
Resultados Impressionantes
Os pesquisadores da WSU testaram essa IA em diferentes tipos de tecidos de animais e humanos, incluindo amostras relacionadas ao câncer. O resultado foi surpreendente: o modelo não apenas detectou as doenças corretamente, como fez isso em muito menos tempo do que as pessoas e outros programas de computador. Em alguns casos, a IA encontrou problemas que até mesmo especialistas humanos haviam deixado passar.
Isso representa uma grande vantagem para pesquisas e diagnósticos médicos. Normalmente, a análise manual de tecidos é um processo longo e detalhado, exigindo muito tempo e atenção de profissionais especializados. A IA, por outro lado, consegue acelerar esse processo, permitindo que cientistas e médicos tenham acesso a informações importantes em questão de minutos.
O modelo foi inicialmente treinado com imagens de tecidos de estudos sobre epigenética, que é o campo que investiga como o ambiente pode afetar os genes sem alterar o DNA. Essas pesquisas envolveram a análise de tecidos de órgãos como rins, testículos, ovários e próstata de animais. Além disso, a IA foi testada em estudos sobre câncer de mama em humanos e na identificação de metástases — quando o câncer se espalha pelo corpo.
O grande diferencial do modelo é que ele foi projetado para analisar imagens de altíssima resolução, que possuem bilhões de pequenos pontos chamados pixels. Para lidar com essas imagens gigantes, o modelo divide o arquivo em partes menores, que são analisadas uma a uma. Ao mesmo tempo, ele considera a imagem inteira em uma resolução mais baixa, como se estivesse usando um microscópio com zoom para ver detalhes e a imagem completa ao mesmo tempo.
Impacto na Medicina e na Pesquisa
O novo sistema de IA está começando a ser usado por outros pesquisadores da WSU. Uma das novas aplicações está na área da medicina veterinária, onde a IA está ajudando a diagnosticar doenças em cervos e alces. Além disso, os cientistas acreditam que a tecnologia pode ser muito útil para o diagnóstico de doenças em humanos, especialmente no campo do câncer.
Se houver um banco de dados com imagens de tecidos identificados corretamente, a IA pode ser treinada para reconhecer diferentes tipos de câncer ou outras doenças genéticas de maneira rápida e precisa. Isso pode significar diagnósticos mais ágeis e tratamentos mais rápidos, beneficiando pacientes e médicos.
A pesquisa conduzida pela Universidade Estadual de Washington mostra o enorme potencial da inteligência artificial para transformar a medicina. Com a capacidade de identificar doenças com rapidez e precisão, a IA pode acelerar o ritmo das descobertas científicas e facilitar o diagnóstico médico. Com o tempo, essa tecnologia pode se tornar uma ferramenta indispensável em laboratórios e hospitais, ajudando a salvar vidas ao redor do mundo.
O futuro da medicina parece estar cada vez mais ligado ao desenvolvimento de ferramentas de IA, que têm o poder de tornar o impossível possível, com mais eficiência e precisão do que nunca.