O herpes é uma infecção viral que afeta milhões de pessoas em todo o mundo.
Ele causa bolhas dolorosas na boca, nos lábios, nos olhos ou nos órgãos genitais. Não há cura para o herpes, mas existem medicamentos que podem reduzir os sintomas e as recorrências.
Agora, uma equipe de pesquisa internacional introduziu uma abordagem completamente nova para tratar o herpes, baseada na inibição de uma enzima que é necessária para a liberação de partículas virais recém-formadas das células infectadas. A enzima se chama heparanase e é responsável por cortar os heparan sulfatos, moléculas feitas de muitas unidades de açúcar, que são encontradas na superfície das nossas células.
Os vírus do herpes se ligam aos heparan sulfatos para entrar nas células. Depois de se multiplicarem dentro das células, eles fazem com que as células produzam mais heparanase, para que possam se soltar e infectar outras células. A heparanase também está envolvida na remodelação da matriz extracelular, uma rede de moléculas que dá suporte e estrutura aos tecidos.
A equipe sintetizou uma série de oligossacarídeos, que são moléculas menores feitas de poucas unidades de açúcar, que têm estruturas semelhantes às dos heparan sulfatos, mas não são divididos pela enzima heparanase. Eles descobriram que moléculas feitas de seis ou oito sacarídeos inibem fortemente a heparanase.
O tratamento de células da córnea infectadas com o vírus do herpes tipo 1 (HSV-1) com os oligossacarídeos ativos teve o efeito de inibir a excreção de heparan sulfatos induzida pelo vírus, reduzindo significativamente a propagação do vírus. Os pesquisadores também testaram os oligossacarídeos em um modelo animal de herpes ocular e observaram uma melhora na cicatrização das lesões.
Além de prevenir a propagação do herpes, a inibição da heparanase pelos novos inibidores pode impedir a migração e proliferação de células imortalizadas (ou seja, células com crescimento celular descontrolado). Essa enzima tem sido fortemente implicada na metástase do câncer, sugerindo outra possível aplicação para os inibidores no futuro.
Os pesquisadores esperam que os oligossacarídeos possam ser desenvolvidos como um novo tratamento para herpes e outras doenças relacionadas à heparanase. Eles também planejam explorar outras propriedades dos oligossacarídeos, como sua capacidade de modular a resposta imune e a inflamação.
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