O jornal francês Le Monde publicou uma matéria sobre o “Atlas dos Agrotóxicos 2022”, um relatório que mostra a pegada mundial de um negócio tóxico que afeta a saúde humana e o meio ambiente.
O Atlas, elaborado por organizações não governamentais da Europa e da América Latina, revela que o uso de agrotóxicos aumentou 80% desde 1990 em todo o mundo, sendo que o Brasil e a América do Sul são os maiores consumidores dessas substâncias.
Segundo o Atlas, o Brasil é o campeão mundial no uso de agrotóxicos, com uma média de 7,3 litros por habitante por ano. Em seguida, vem a Argentina, com 6,9 litros, e o Paraguai, com 5,9 litros. Esses países são os principais produtores de soja, milho e algodão transgênicos, que dependem de grandes quantidades de herbicidas para combater as ervas daninhas. O Atlas também destaca que muitos dos agrotóxicos usados na América do Sul são proibidos ou restritos na União Europeia (UE), por representarem riscos à saúde e ao ambiente.
Os agrotóxicos são responsáveis por causar diversos problemas, como intoxicações agudas e crônicas, câncer, malformações congênitas, distúrbios hormonais, neurológicos e reprodutivos, além de contaminar os solos, as águas, os alimentos e a biodiversidade. De acordo com um estudo citado pelo Atlas, 385 milhões de pessoas na agricultura adoecem a cada ano por intoxicação aguda por agrotóxicos, sendo que 11 mil morrem. As mulheres e os trabalhadores rurais do Sul global são os mais afetados.
O Atlas também denuncia o poder das corporações que dominam o mercado global de agrotóxicos, como Bayer-Monsanto, Syngenta-ChemChina e Corteva Agriscience. Essas empresas faturam bilhões de dólares com a venda de seus produtos químicos e influenciam as políticas públicas e as normas regulatórias dos países onde atuam. O Atlas aponta que essas empresas usam estratégias como lobby, propaganda enganosa, ocultação de dados científicos e pressão sobre os agricultores para manter e expandir seus negócios.
Diante desse cenário alarmante, o Atlas propõe uma mudança urgente no modelo agrícola vigente, baseado na monocultura intensiva e no uso de agrotóxicos. O Atlas defende a transição para uma agricultura agroecológica, que respeita os ciclos da natureza, a diversidade dos ecossistemas e a soberania alimentar dos povos. O Atlas também recomenda medidas como a redução progressiva do uso de agrotóxicos, o fortalecimento dos órgãos de fiscalização e controle, a proteção dos direitos humanos e ambientais dos trabalhadores rurais e dos consumidores e a responsabilização das empresas poluidoras.
O “Atlas dos Agrotóxicos 2022” é uma ferramenta importante para conscientizar a sociedade sobre os impactos negativos dos agrotóxicos e para mobilizar ações em defesa de uma agricultura mais sustentável e saudável para todos.
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