O tabagismo é um dos principais fatores de risco para diversas doenças crônicas, como câncer, doenças cardiovasculares e respiratórias.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o tabagismo mata mais de 8 milhões de pessoas por ano no mundo, sendo mais de 7 milhões de mortes atribuíveis ao consumo direto e cerca de 1,2 milhão ao fumo passivo.
Diante desse cenário alarmante, alguns países têm adotado medidas para reduzir o consumo de tabaco e seus danos à saúde pública. Um exemplo é a Suécia, que está caminhando para se tornar o primeiro país da Europa livre do cigarro, com uma taxa de prevalência de tabagismo abaixo de 5%.
Mas como a Suécia conseguiu esse feito? De acordo com um relatório apresentado em março de 2023 em um seminário internacional de pesquisa em Estocolmo, a estratégia sueca combina métodos de controle do tabagismo com estratégias de minimização de danos, ou seja, aceitar produtos sem fumaça como alternativas menos prejudiciais para os fumantes que não conseguem ou não querem parar de usar nicotina.
Entre esses produtos estão os cigarros eletrônicos e os sachês de nicotina oral, que são 95% menos nocivos do que os cigarros convencionais, segundo estudos científicos. Esses produtos não produzem fumaça nem alcatrão e contêm níveis muito mais baixos de substâncias tóxicas e cancerígenas.
A Suécia também adota medidas de prevenção e conscientização sobre os malefícios do tabaco, como a proibição do fumo em locais públicos, a restrição da publicidade e da venda de produtos de tabaco, o aumento dos impostos sobre o tabaco e o apoio aos programas de cessação tabágica.
Os resultados dessa abordagem são visíveis: a Suécia tem a menor taxa de doenças relacionadas ao tabaco na União Europeia e uma incidência de câncer 41% menor do que outros países europeus. Além disso, a porcentagem de fumantes na Suécia caiu de 15% para 5,6% da população em 15 anos, tornando-a o primeiro país com potencial de alcançar o status de livre do tabagismo 17 anos antes da meta estabelecida pela União Europeia para 2040.
Segundo os autores do relatório, a experiência sueca pode servir de inspiração e modelo para outros países que desejam reduzir o impacto negativo do tabagismo na saúde e na economia. Eles estimam que se outros países da União Europeia adotassem medidas semelhantes às da Suécia, cerca de 3,5 milhões de vidas poderiam ser salvas na próxima década.
“A Suécia tem uma estratégia para o tabaco muito bem-sucedida que precisa ser exportada”, diz o professor Karl Fagerström, um dos autores do relatório. “Seria um benefício enorme para o mundo se mais países fizessem como a Suécia, com incentivos para mudar de cigarros para alternativas menos prejudiciais”, conclui.
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