A oposição conservadora do Uruguai registrou uma importante vitória nas primárias presidenciais, em um alerta para a coalizão governista antes das eleições nacionais de outubro à medida que o país tenta retomar o crescimento econômico.
A contagem oficial de votos, divulgada hoje (1), mostrou que o ex-prefeito de Montevidéu Daniel Martínez e o senador Luis Lacalle Pou obtiveram as indicações, respectivamente, para a coalizão governista Frente Ampla e para o opositor Partido Nacional — as duas principais forças a se enfrentarem no pleito deste ano.
O sistema eleitoral do Uruguai permite que os eleitores selecionem um candidato presidencial preferido para cada um dos três principais partidos e um partido preferido. A participação de domingo foi de cerca de 40%.
O tribunal eleitoral do Uruguai informou que, com 99% dos votos contados, a Frente Ampla recebeu 23,6% do total dos votos, enquanto o Partido Nacional ganhou 41,6%. O terceiro principal grupo político, o Partido Colorado, obteve 16,8%.
O pleito presidencial será um teste para o partido governista de centro-esquerda, liderado atualmente por Tabaré Vázquez, que está lutando contra o lento crescimento econômico, sobrecarregado pelos efeitos da seca e das enchentes no setor agrícola.
Martínez, um engenheiro de 62 anos, venceu Carolina Cosse, ex-ministra da Indústria cuja candidatura era apoiada pelo ex-presidente José Mujica. Também competiram o ex-presidente do Banco Central Mario Bergara e o sindicalista Óscar Andrade.
Lacalle Pou, advogado de 44 anos e filho do ex-presidente Luis Alberto Lacalle, enfrentou o senador Jorge Larrañaga e o empresário Juan Sartori, que se juntaram ao partido no final do ano passado e vinham crescendo nas pesquisas.
O Partido Nacional esteve no poder pela última vez em 1990, enquanto a Frente Ampla, uma coalizão de partidos de esquerda, chegou ao poder ao vencer a eleição presidencial em 2004.
Ernesto Talvi, economista de 62 anos que será o candidato do Partido Colorado, é relativamente novato, apesar de ter superado o rival mais experiente Julio María Sanguinetti, advogado de 83 anos que já foi duas vezes presidente.
Edição: José Romildo