Uma equipe internacional de pesquisadores desenvolveu a primeira ferramenta de avaliação para identificar pessoas que sofrem de uma forma extrema de isolamento social chamada hikikomori.
O termo japonês se refere a um fenômeno que afeta pessoas de todas as idades em todo o mundo, que se retiram da sociedade por pelo menos seis meses e evitam o contato com outras pessoas.
A ferramenta, chamada HiDE (Hikikomori Diagnostic Evaluation), oferece orientações práticas e perguntas específicas de entrevista para os clínicos diferenciarem o hikikomori de outros transtornos mentais, como a ansiedade generalizada, a depressão ou o autismo. Os critérios para o diagnóstico incluem o tempo de isolamento, a falta de interesse em atividades sociais, a presença de sofrimento ou prejuízo e a ausência de outras causas médicas ou psiquiátricas.
Os autores do estudo, publicado na revista World Psychiatry, afirmam que o hikikomori é um problema de saúde pública emergente, especialmente em meio à pandemia da COVID-19, que aumentou o risco de isolamento social para muitas pessoas. Eles também alertam que a tecnologia pode incentivar o uso excessivo das telas e reduzir as oportunidades de interação face a face.
Os pesquisadores esperam que a ferramenta HiDE ajude a aumentar a conscientização sobre o hikikomori e a facilitar o acesso ao tratamento adequado para as pessoas afetadas. No entanto, eles reconhecem que ainda não há tratamentos comprovados para o hikikomori e que é preciso mais pesquisa na área para entender melhor as causas, os fatores de risco e os possíveis benefícios das intervenções psicológicas ou farmacológicas.
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