O aparelho funciona como uma espécie de marcapasso, que gera uma atividade elétrica na parede do órgão e estimula a produção de hormônios da saciedade, como a grelina e o peptídeo YY.
Esses hormônios são responsáveis por enviar sinais ao cérebro de que o corpo está satisfeito, reduzindo o apetite e os hábitos alimentares.
O dispositivo é composto por um gerador de pulsos, uma bateria recarregável e um conjunto de eletrodos que são fixados na parede do estômago por meio de uma pequena cirurgia laparoscópica. O gerador de pulsos pode ser controlado remotamente por um aplicativo de celular, que permite ajustar a intensidade e a frequência dos estímulos elétricos.
O dispositivo foi desenvolvido por pesquisadores da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), que criaram um eletroestimulador implantável no estômago.
Segundo os pesquisadores, o objetivo é oferecer uma alternativa menos invasiva e mais efetiva para pessoas com obesidade severa, que não respondem aos tratamentos convencionais, como dieta, exercícios e medicamentos. A obesidade é considerada uma doença crônica que afeta cerca de 20% da população brasileira e está associada a diversos problemas de saúde, como diabetes, hipertensão, doenças cardiovasculares e câncer.
O projeto ainda está em fase de pesquisa e testes com animais, e os pesquisadores querem entender melhor o mecanismo de ação e os efeitos do dispositivo no organismo. Eles esperam que o aparelho possa ser testado em humanos em breve e que possa contribuir para melhorar a qualidade de vida das pessoas que sofrem com a obesidade.