A inteligência artificial (IA) na saúde está gerando uma nova era na medicina, mas também levanta questões sobre a segurança, a confiabilidade e a ética dos algoritmos que auxiliam os médicos e os pacientes.
Nos Estados Unidos, o governo e as associações médicas estão pedindo uma maior regulação da IA na saúde, enquanto a indústria de tecnologia resiste a esses esforços e defende seus interesses comerciais.
O Escritório do Coordenador Nacional de Tecnologia da Informação em Saúde (ONC), órgão do Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos EUA, propôs novas medidas para melhorar a transparência, a confiança e o uso adequado das tecnologias de apoio à decisão preditiva baseadas em IA. O ONC abriu uma consulta pública sobre suas propostas, recebendo 234 respostas de diversos setores.
Muitas empresas e associações de IA na saúde se opuseram às propostas do ONC, alegando que elas poderiam prejudicar a utilidade clínica da IA médica, violar seus direitos de propriedade intelectual, criar um fardo desnecessário e matar a inovação. Eles também pediram uma maior colaboração entre o ONC e outras agências federais, como a Food and Drug Administration (FDA), que regula todos os dispositivos médicos nos EUA.
Por outro lado, as associações médicas querem medidas mais rigorosas para garantir a transparência, a confiabilidade, a proteção de dados e a educação sobre as tecnologias de IA na saúde. Eles alertam para os riscos de viés de automação, que é a tendência dos humanos de confiar excessivamente em uma sugestão de um sistema automatizado. Eles também querem ter mais controle sobre o uso dos dados dos pacientes para desenvolver e treinar as ferramentas de IA.
O público americano também tem dúvidas sobre o uso da IA em seu próprio cuidado de saúde e prefere que os médicos tenham a palavra final nas decisões clínicas. Segundo uma pesquisa do Pew Research Center, seis em cada dez adultos nos EUA se sentem desconfortáveis se seu provedor de saúde usasse IA para diagnosticar doenças e recomendar tratamentos.
O governo Biden está atento a essas questões e tem se reunido com líderes da indústria de IA para explorar medidas regulatórias. O presidente também consultou iniciativas que visam promover uma IA responsável, segura e equitativa na saúde. O desafio é encontrar um equilíbrio entre o incentivo à inovação e a proteção dos interesses dos pacientes e dos médicos.
Gosta do nosso conteúdo?
Viu algum erro? Avise!