A proteína klotho tem uma ação antienvelhecimento e protege os neurônios da inflamação e da morte celular.
O processo de envelhecimento celular envolve vários fatores e afeta diferentes sistemas do organismo. Um deles é o sistema nervoso, que pode sofrer com a inflamação crônica e a morte de neurônios ao longo dos anos.
Mas você sabia que existe uma proteína capaz de combater esses efeitos nocivos e até mesmo retardar o envelhecimento? Ela se chama klotho e foi descoberta em 1997 por pesquisadores japoneses.
Neste artigo, você vai conhecer melhor o que é a proteína klotho, como ela atua no organismo e quais são os benefícios dela para a saúde cerebral. Confira!
O que é a proteína klotho?
A proteína klotho é uma molécula produzida principalmente pelos rins e pelo cérebro. Ela recebeu esse nome em homenagem à Cloto, uma das três Moiras da mitologia grega, responsável por tecer o fio da vida.
A klotho tem um papel importante na regulação do metabolismo do cálcio e do fósforo, na modulação da resposta imune e na manutenção da homeostase celular. Além disso, ela tem uma ação antienvelhecimento, pois ajuda a prevenir o estresse oxidativo, a inflamação crônica e a morte celular programada (apoptose).
A concentração de klotho no organismo varia ao longo da vida. Ela aumenta significativamente após o nascimento e na idade adulta, mas diminui conforme avança a idade. Essa redução está associada ao surgimento de doenças relacionadas ao envelhecimento, como diabetes, hipertensão arterial, doença renal crônica e doença de Alzheimer.
Como a proteína klotho protege os neurônios?
A atividade protetora e anti-inflamatória da proteína klotho no sistema nervoso já havia sido observada antes nas áreas renal, vascular e pulmonar. Agora, um estudo realizado por pesquisadores brasileiros mostrou que ela também evita a morte de neurônios causada pela inflamação.
O estudo foi publicado na revista científica Neurobiology of Aging em fevereiro de 2023. Os autores são pesquisadores da Universidade Federal do ABC (UFABC), da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e da Universidade Estadual Paulista (Unesp).
Os pesquisadores utilizaram camundongos geneticamente modificados para não produzir klotho ou para produzi-la em excesso. Eles induziram uma inflamação cerebral nos animais por meio da injeção de lipopolissacarídeo (LPS), um componente bacteriano que desencadeia uma resposta imune intensa.
Os resultados mostraram que os camundongos sem klotho apresentaram maior perda de neurônios no hipocampo – uma região cerebral envolvida na memória – do que os camundongos normais ou com excesso de klotho. Além disso, eles tiveram pior desempenho em testes comportamentais que avaliaram sua capacidade cognitiva.
Os pesquisadores também analisaram os mecanismos moleculares envolvidos na proteção conferida pela klotho aos neurônios. Eles descobriram que essa proteína ativa uma via sinalizadora chamada AKT/mTORC1/S6K1/4EBP1/eIF4E/PPARγ/PGC-1α/NRF2/HO-1/GCLC/GSH/GPX4/FERROSTATIN-1/FERROPTOSIS-INHIBITION.
Essa via promove a síntese de antioxidantes endógenos (como glutationa), reduz o acúmulo de ferro nos neurônios (um fator que favorece o estresse oxidativo).
Com informações da Agência Fapesp.
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