A compulsão alimentar é um transtorno alimentar caracterizado por episódios recorrentes de ingestão excessiva de alimentos, mesmo sem fome ou necessidade.
As pessoas que sofrem de compulsão alimentar sentem uma perda de controle sobre o que comem e experimentam sentimentos de culpa, vergonha e angústia após os episódios. A compulsão alimentar pode afetar a saúde física e mental, aumentando o risco de obesidade, diabetes, hipertensão, depressão e ansiedade.
A compulsão alimentar não é o mesmo que comer demais ocasionalmente, como em festas ou feriados. A diferença é que a compulsão alimentar ocorre com frequência (pelo menos uma vez por semana durante três meses) e interfere na vida cotidiana da pessoa. Além disso, a compulsão alimentar não é acompanhada de comportamentos compensatórios, como vomitar, usar laxantes ou fazer exercícios excessivos, como na bulimia nervosa.
Como identificar a compulsão alimentar?
Alguns sinais e sintomas que podem indicar a presença de compulsão alimentar são:
- Comer muito mais rápido do que o normal
- Comer até se sentir desconfortavelmente cheio
- Comer grandes quantidades de comida sem estar com fome
- Comer sozinho por vergonha da quantidade de comida
- Sentir-se triste, culpado ou deprimido após comer
- Ter uma preocupação excessiva com o peso e a forma corporal
- Ter dificuldade para controlar os impulsos alimentares
- Ter baixa autoestima e insatisfação com a aparência
Se você se identifica com esses sinais e sintomas, procure ajuda profissional. A compulsão alimentar é um problema sério que pode prejudicar sua saúde e bem-estar.
Como tratar a compulsão alimentar?
O tratamento da compulsão alimentar envolve uma abordagem multidisciplinar, que inclui psicoterapia, nutrição e medicamentos, quando necessário. O objetivo é ajudar a pessoa a entender as causas e consequências da compulsão alimentar, a desenvolver hábitos alimentares saudáveis e equilibrados, a melhorar a autoimagem e a autoestima, a lidar com as emoções negativas e a prevenir as recaídas.
A psicoterapia pode ser individual ou em grupo, e pode utilizar diferentes técnicas, como a terapia cognitivo-comportamental, a terapia interpessoal ou a terapia dialética comportamental. A psicoterapia ajuda a pessoa a reconhecer e modificar os pensamentos e comportamentos disfuncionais relacionados à comida, ao peso e à forma corporal, a aumentar a autoconfiança e a autoaceitação, a expressar e regular as emoções de forma adequada, a resolver conflitos interpessoais e a enfrentar situações de risco.
A nutrição é fundamental para orientar a pessoa sobre os princípios de uma alimentação balanceada e variada, que atenda às suas necessidades nutricionais e energéticas, sem restrições ou proibições. A nutrição também ajuda a pessoa a estabelecer uma rotina alimentar regular, a diferenciar a fome da vontade de comer, a respeitar os sinais de saciedade e a evitar os gatilhos que desencadeiam a compulsão alimentar.
Os medicamentos podem ser usados em alguns casos, sob prescrição e acompanhamento médico, para auxiliar no controle dos sintomas da compulsão alimentar, como a ansiedade, a depressão, o apetite e o humor. Os medicamentos mais usados são os antidepressivos, os estabilizadores de humor e os supressores de apetite. No entanto, os medicamentos não são suficientes por si só, e devem ser combinados com a psicoterapia e a nutrição.
A compulsão alimentar é um transtorno alimentar que pode ser tratado com sucesso, desde que a pessoa busque ajuda especializada e se comprometa com o processo terapêutico. O tratamento da compulsão alimentar pode melhorar a qualidade de vida da pessoa, tanto física quanto emocionalmente, e restaurar sua relação saudável com a comida e com o próprio corpo.