A sepse é uma condição médica grave que ocorre quando o organismo reage de forma descontrolada a uma infecção, podendo causar falência de órgãos e morte.
No Brasil, a sepse é responsável por cerca de 230 mil óbitos por ano, segundo dados do Instituto Latino Americano de Sepse (Ilas). A taxa de mortalidade por sepse no país é de 55%, superior à de países mais ricos, como os Estados Unidos (28%) e a Alemanha (36%).
Mas o que é a sepse e por que ela é tão perigosa?
A sepse é causada por uma resposta disfuncional do hospedeiro a uma infecção, que pode envolver inflamação exacerbada ou diminuída, produção excessiva de óxido nítrico, liberação de armadilhas extracelulares pelos neutrófilos e imunossupressão duradoura. Esses fenômenos podem comprometer a circulação sanguínea, a oxigenação dos tecidos e o funcionamento dos órgãos vitais, levando ao choque séptico e à morte.
A sepse pode ser desencadeada por qualquer tipo de infecção, como pneumonia, meningite, infecção urinária ou abdominal. Por isso, é importante reconhecer os sinais e sintomas da sepse, que podem incluir febre ou hipotermia, alteração da pressão arterial, taquicardia, taquipneia, confusão mental e diminuição da urina. Quanto mais cedo a sepse for diagnosticada e tratada, maiores são as chances de sobrevivência.
No entanto, existem vários fatores que dificultam o tratamento adequado da sepse no Brasil. Um deles é a falta de atendimento adequado nos prontos-socorros, onde muitos pacientes sépticos chegam sem receber os cuidados necessários, como monitoramento da pressão arterial, administração de antimicrobianos e coleta de sangue para identificar os agentes infecciosos. Outro fator é o desconhecimento da população e dos profissionais da saúde sobre a sepse, que muitas vezes não é reconhecida como uma emergência médica. Além disso, há uma escassez de leitos de UTI no país, o que limita o acesso dos pacientes sépticos à terapia intensiva.
Diante desse cenário, algumas iniciativas têm sido desenvolvidas para reduzir a mortalidade por sepse no Brasil. Uma delas é o projeto “Melhorando a Segurança na Sepse”, coordenado pelo Ilas, que auxiliou 63 hospitais brasileiros a implantar um conjunto de medidas padronizadas para o manejo da sepse, baseado nas recomendações internacionais. O projeto observou uma queda na taxa de mortalidade por sepse de 58% para 49% nos hospitais participantes.
Outra iniciativa é a pesquisa científica sobre os mecanismos envolvidos na sepse, que pode contribuir para o desenvolvimento de novos alvos terapêuticos. Pesquisadores brasileiros têm estudado aspectos como a inflamação sistêmica, o estresse oxidativo, a coagulação intravascular disseminada e a imunoparalisia na sepse. Esses estudos podem ajudar a entender melhor os processos fisiopatológicos da sepse e a encontrar novas formas de prevenir e tratar essa doença.
A sepse é um problema de saúde pública que afeta milhões de pessoas no mundo todo. No Brasil, ela representa uma das principais causas de morte nos hospitais. Por isso, é fundamental que haja uma maior conscientização sobre essa doença e que sejam adotadas medidas para melhorar o seu diagnóstico e tratamento. Assim, poderemos salvar mais vidas e reduzir o sofrimento causado pela sepse.
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