A síndrome do anticorpo antifosfolípide é uma doença autoimune que afeta a coagulação do sangue, ou seja, a capacidade do sangue de formar coágulos para estancar hemorragias.
No entanto, nessa doença, os coágulos se formam de forma anormal e podem obstruir os vasos sanguíneos, causando problemas graves como trombose, derrame e infarto.
A síndrome do anticorpo antifosfolípide (SAF) também pode causar complicações na gravidez, como abortos repetitivos, pressão alta e prematuridade do bebê. Isso acontece porque os coágulos podem impedir a circulação de sangue entre a mãe e o feto, prejudicando o desenvolvimento do bebê.
Mas por que os coágulos se formam na SAF? A resposta está no sistema imunológico, que é o responsável por defender o organismo de agentes estranhos, como vírus e bactérias. Na SAF, o sistema imunológico produz anticorpos contra proteínas do próprio organismo que se ligam aos fosfolipídios, que são componentes das membranas celulares. Esses anticorpos são chamados de anticorpos antifosfolipídios e interferem na função normal dos fosfolipídios, que participam da regulação da coagulação do sangue. Assim, os anticorpos antifosfolipídios aumentam o risco de trombose.
Para diagnosticar a SAF, é preciso ter pelo menos uma manifestação clínica de trombose ou de problemas na gravidez, associada à presença dos anticorpos antifosfolipídios no sangue. Os anticorpos antifosfolipídios podem ser detectados por exames laboratoriais específicos. O diagnóstico precoce é importante para evitar complicações e iniciar o tratamento adequado.
O tratamento da SAF é feito com medicamentos que inibem a ativação das plaquetas e/ou anticoagulantes, que impedem a formação de novos coágulos e previnem complicações. O controle do uso dos anticoagulantes é feito por um exame chamado INR, que mede o tempo de coagulação do sangue. O INR deve ser mantido dentro de uma faixa terapêutica estabelecida pelo médico.
A SAF pode ser primária, quando ocorre de forma isolada, sem associação com outras doenças autoimunes, ou secundária, quando ocorre junto com outras doenças autoimunes, como o lúpus eritematoso sistêmico. Existe também uma forma rara e grave da SAF, chamada SAF catastrófica, que se caracteriza por múltiplas tromboses difusas em pequenos vasos, que podem levar à disfunção de vários órgãos. Essa forma requer tratamento intensivo em unidade de terapia intensiva (UTI).
A SAF é uma doença crônica que requer acompanhamento médico e cuidados especiais. Os pacientes com SAF devem evitar fatores que aumentam o risco de trombose, como fumo, obesidade, sedentarismo e uso de anticoncepcionais hormonais. Além disso, devem seguir as orientações médicas sobre o uso dos medicamentos e os exames periódicos. A SAF não tem cura, mas pode ser controlada com o tratamento adequado.
Se você tem algum sintoma ou suspeita de SAF, procure um médico especialista em reumatologia ou hematologia. Quanto antes você iniciar o tratamento, melhor será sua qualidade de vida.