A internet democratizou o acesso à informação, mas também gerou um problema sério: a propagação de informações médicas imprecisas por profissionais da saúde nas redes sociais e nos consultórios.
Os médicos precisam atuar como fontes confiáveis de informação, baseando suas recomendações em evidências científicas robustas e atualizadas. A priorização de visões pessoais e a negligência na análise crítica de estudos científicos colocam em risco a saúde dos pacientes e a credibilidade da profissão médica.
Um exemplo preocupante é o da desinformação disseminada por alguns profissionais de saúde, incluindo médicos influenciadores nas redes sociais, que se posicionam contra a vacinação.
Para defender sua perspectiva, eles recorrem a estudos questionáveis não revisados por pares, pesquisas antigas e obsoletas e, em certos casos, deturpam os resultados dos estudos.
Quando profissionais da saúde usam sua posição para disseminar informações incorretas sobre vacinas, as consequências podem ser sérias. Isso pode levar pacientes em seus consultórios e seguidores nas redes sociais a não se protegerem adequadamente, comprometendo a própria saúde.
Outro exemplo alarmante é o caso de um médico radiologista que associou, sem embasamento científico adequado, o uso de telas em dispositivos eletrônicos ao aumento de casos de autismo.
Ao citar estudos que “confirmam” sua tese, o médico ignora ou distorce as conclusões reais das pesquisas. Na verdade, os estudos indicados apontam para a possibilidade do uso de telas intensificar sintomas de autismo já existentes, e não para causar a doença. Essa atitude irresponsável demonstra a influência do viés de confirmação, onde o profissional busca apenas informações que comprovam suas crenças pré-existentes, ignorando dados contrários.
É crucial que os médicos atuem como fontes confiáveis de informação, baseando suas recomendações em evidências científicas robustas e atualizadas. A priorização de visões pessoais e a negligência na análise crítica de estudos científicos colocam em risco a saúde dos pacientes e a credibilidade da profissão médica.
É fundamental que os pacientes também desenvolvam senso crítico e busquem informações em fontes confiáveis, como órgãos de saúde pública e instituições de pesquisa renomadas. A internet pode ser um aliado na busca por conhecimento, mas é essencial filtrar as informações e consultar diversos pontos de vista antes de tomar decisões importantes sobre sua saúde.
A combinação de responsabilidade profissional e senso crítico por parte dos pacientes é essencial para combater a desinformação na área da saúde e garantir que todos tenham acesso a informações confiáveis e embasadas em evidências científicas.