O suicídio é um problema de saúde pública que afeta milhares de pessoas no mundo todo.
No Brasil, o suicídio é a terceira causa de morte entre os jovens, atrás apenas dos acidentes de trânsito e da violência . Segundo dados do Ministério da Saúde, houve um aumento de 10,5% na taxa de suicídio relatada entre 2003 e 2013 entre indivíduos de 9 a 19 anos .
No entanto, esse aumento não é uniforme em todo o país e depende de fatores geoespaciais e socioeconômicos. Um estudo realizado no estado do Paraná, no sul do Brasil, analisou os padrões geoespaciais e as mudanças ao longo do tempo dos aglomerados de mortalidade por suicídio entre os jovens de 15 a 29 anos em dois períodos de 5 anos (1998-2002 e 2008-2012) . Os resultados mostraram que havia dependência espacial na taxa de mortalidade por suicídio (TMS) em ambos os períodos, revelando aglomerados geoespaciais de alta TMS. Os resultados também mostraram que a privação socioeconômica no nível do município era um importante determinante do suicídio na população jovem no Paraná e influenciava significativamente a formação de aglomerados de alto risco de TMS. O estudo concluiu que o suicídio entre os jovens ocorre em aglomerados geográficos que estão associados à privação socioeconômica e que as configurações rurais com infraestrutura e desenvolvimento precários também se correlacionam com o aumento dos aglomerados de TMS.
O Brasil tem uma taxa relativamente baixa de suicídio entre os jovens, ocupando o 93º lugar entre 195 países e territórios cobertos pelo Estudo Global de Carga 2017 (GBD 2017) . No entanto, essa taxa ainda é maior do que a média da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), que é de 6,9 por 100 mil habitantes . Além disso, o Brasil apresenta uma grande desigualdade regional na distribuição das mortes por suicídio, sendo que as regiões Sul e Centro-Oeste têm as maiores taxas, enquanto as regiões Norte e Nordeste têm as menores.
Os especialistas apontam que o suicídio entre os jovens é um fenômeno complexo e multifatorial, que envolve aspectos individuais, familiares, sociais e culturais. Alguns dos fatores de risco mais comuns são: transtornos mentais, como depressão e ansiedade; uso de álcool e drogas; violência doméstica ou social; bullying; isolamento; falta de apoio emocional; dificuldades financeiras; discriminação; estresse; baixa autoestima; impulsividade; e acesso a meios letais.
Por outro lado, alguns dos fatores de proteção mais importantes são: ter uma rede de apoio social, como família, amigos, escola e comunidade; buscar ajuda profissional quando necessário; ter projetos de vida e objetivos pessoais; ter hobbies e atividades prazerosas; ter valores religiosos ou espirituais; ter resiliência e capacidade de lidar com as adversidades; ter autoconfiança e autoestima; ter esperança e otimismo; e evitar o consumo de álcool e drogas .
Os especialistas recomendam que as pessoas que estão sofrendo ou conhecem alguém que está sofrendo com pensamentos suicidas procurem ajuda imediatamente. Existem serviços gratuitos e confidenciais que podem oferecer apoio emocional e orientação, como o Centro de Valorização da Vida (CVV), que atende pelo telefone 188 ou pelo site [www.cvv.org.br]. Também é importante buscar atendimento médico ou psicológico em uma unidade de saúde ou em um hospital. Além disso, é fundamental que as pessoas que convivem com alguém que está em risco de suicídio estejam atentas aos sinais de alerta, como mudanças de humor, comportamento ou hábitos; isolamento; desinteresse por atividades que antes gostava; descuido com a aparência; frases como “eu queria morrer”, “eu não aguento mais” ou “eu sou um peso para os outros”; e planejamento ou tentativa de suicídio.
O suicídio entre os jovens é um problema grave e urgente, que precisa ser prevenido e combatido. Para isso, é necessário que haja uma maior conscientização da sociedade sobre o tema, que ainda é cercado de tabus e preconceitos. Também é necessário que haja uma maior integração entre os setores de saúde, educação, assistência social, segurança pública e mídia, para que sejam desenvolvidas políticas públicas e estratégias de prevenção eficazes. Por fim, é necessário que haja uma maior valorização da vida e do bem-estar dos jovens, que são o futuro do país e merecem ter uma vida plena e feliz.
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