O Brasil registrou um aumento de 11,8% no número de suicídios em 2022 na comparação com 2021, segundo dados do Ministério da Saúde.
Foram 16.262 casos de mortes por lesão autoprovocada no ano passado, contra 14.475 no ano anterior. O suicídio é a segunda causa de morte entre jovens de 15 a 29 anos no país, atrás apenas dos acidentes de trânsito.
O aumento dos suicídios pode estar relacionado aos efeitos da pandemia de covid-19, que trouxe uma série de desafios para a saúde mental da população. O isolamento social, o desemprego, o estresse, a ansiedade, a solidão e o luto são alguns dos fatores que podem contribuir para o surgimento ou o agravamento de transtornos mentais, como a depressão e o transtorno bipolar, que estão associados ao risco de suicídio.
Para enfrentar esse problema, o governo federal tem desenvolvido algumas políticas públicas de prevenção ao suicídio, como a criação do Sistema Nacional de Combate ao Suicídio, a notificação compulsória de casos de lesão autoprovocada, a elaboração de diretrizes nacionais e protocolos de atendimento, a capacitação de profissionais de saúde e a divulgação de informações sobre o tema. Além disso, existem iniciativas estaduais e municipais que visam promover a saúde mental e a valorização da vida nas comunidades.
No entanto, essas ações ainda são insuficientes para atender à demanda crescente por cuidados em saúde mental. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o Brasil tem apenas 2,3 psiquiatras para cada 100 mil habitantes, uma proporção bem abaixo da média mundial de 9,1. Além disso, há uma escassez de leitos psiquiátricos e uma falta de integração entre os serviços de atenção primária e os serviços especializados em saúde mental.
Diante desse cenário, é fundamental que as pessoas que estão com pensamentos suicidas ou que conhecem alguém nessa situação busquem ajuda. Uma das formas de fazer isso é ligar para o Centro de Valorização da Vida (CVV), um serviço gratuito e sigiloso que oferece apoio emocional por telefone (188), chat ou e-mail. O CVV conta com mais de 4 mil voluntários treinados para escutar e acolher as pessoas que precisam conversar.
Outra forma de buscar ajuda é procurar um profissional de saúde, como um médico, um psicólogo ou um assistente social. Esses profissionais podem avaliar o grau de risco de suicídio, indicar o tratamento mais adequado e fazer o acompanhamento do caso. O tratamento pode envolver medicamentos, psicoterapia ou outras intervenções, dependendo da necessidade de cada pessoa.
O suicídio é um problema complexo e multifatorial, que envolve aspectos biológicos, psicológicos, sociais e culturais. Por isso, é preciso romper o tabu e o estigma em torno do assunto e falar abertamente sobre ele. O suicídio pode ser prevenido se as pessoas puderem reconhecer os sinais de alerta, buscar ajuda e receber apoio. Lembre-se que você não está sozinho (a) e que há solução para o seu problema. A vida vale a pena ser vivida.